Grazi Massafera falou sobre seu trabalho como protagonista de Flor do Caribe, novela da Globo exibida em 2013 que será reprisada a partir da próxima segunda-feira, 31, durante coletiva online com jornalistas nesta terça-feira, 25.
Na trama, ela viveu Ester, que contracenava com nomes como Henri Castelli e Igor Rickli. "A mais importante das transformações que aconteceram de lá pra cá foi essa paixão que eu descobri pela profissão", avaliou, sobre os sete anos que se passaram.
"Até então, eu trabalhava como atriz. Hoje, eu me divirto como atriz, tenho paixão pelo que faço. Naquela época ainda não tinha descoberto como trabalhar com paixão. Eu trabalhava com sofrimento, sabe?", complementou.
"Sentia falta de construir um personagem. Ali, comecei a sentir esse sabor. Eu nunca tinha sentido isso. Em Larissa [seu papel em Verdades Secretas] eu senti de uma maneira muito potente, como se tivesse fazendo algo social. Em Flor do Caribe, eu ainda estava muito no meu ego, e meu ego estava em primeiro lugar. Não digo que isso é ruim, porque meu ego também me fazia produzir", continuou.
Em novembro de 2018, Grazi havia falado sobre o tema em entrevista ao Lady Night. "Eu não gostava, não. Fazia por dinheiro, mesmo. Achava um porre e fazia porque precisava. Não tenho profissão, não estudei pra nada... Aí a profissão se apresentou pra mim de maneira muito bonita em Verdades Secretas [2015]"
"Não sei quanto tempo, mas não vou ficar pra sempre nisso [atuação], eu não quero. É muito cansativo... É desgastante psicologicamente, exige muito", prosseguiu, àquele ano.
Sintonia com o público - Grazi fez o papel da modelo mais velha da agência, que esnobava e invejava a novata Angel (Camila Queiroz); ao longo da trama, fez com que o público trocasse o sentimento de raiva e desprezo à sua personagem pelo de pena
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Cusparada - Após Larissa dar um escândalo em evento e mesmo assim cobrar seu pagamento, Fanny (Marieta Severo) lhe dá dinheiro, e pede que vá embora: "quem está cuspindo no prato em que comeu é você, garota. Sai! Aqui não tem trabalho para viciada!"; Larissa transtornada responde: "Cafetina. Filha da p***!" e dispara uma cusparada em seu rosto
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Nudez frontal - Em uma das cenas mais comentadas e corajosas da novela, a atriz precisou exibir seus seios, perguntando "você quer?" a um funcionário da agência
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Memórias de um passado que não existe mais - Na cena em que a ex-modelo e agora moradora de rua se flagra lembrando de seus tempos de sucesso, é impossível não se sensibilizar com a situação
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Encontro consigo mesma - Quando a ex-modelo passa em frente a um espelho e se dá conta de seu estado, Grazi dá um show de atuação, deixando o telespectador sentir o desespero pelo qual a personagem passa
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Parceria de sucesso - Em muitas cenas, Grazi esteve acompanhada por Flávio Tolezani, fazendo o personagem Roy; a química entre os dois fez com que as cenas tivessem a naturalidade necessária para convencer o público da relação; numa das cenas mais emocionantes da trama, Larissa, já recuperada e como missionária, reencontra seu antigo parceiro, que sequer a reconhece
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Estupro - Não é qualquer atriz que está apta a gravar uma cena de um estupro; na trama, Larissa é enganada por um homem que lhe promete uma pedra de crack; ele a leva para um canto escuro próximo a um trem abandonado e a violenta ao lado de outros cinco homens
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Desfile na Cracolândia - "Vou dar um show agora. Alguém aqui já viu um desfile de passarela? Ó, vou desfilar! Eu já fui modelo. Eu sou linda. Eu sou rica. Sou modelo. Sou famosa!", delirava, enquanto 'desfilava' em meio a usuários da droga numa rua escura
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Desafio à religião - Ao se encontrar o o missionário Emanoel (Álamo Facó), que fazia trabalhos comunitários, ele conta para Larissa a história de uma mulher que fez um acordo com o diabo, em analogia ao crack; a ex-modelo debocha do religioso, e ainda simula a forma como fez atos sexuais em troca da droga em frente ao rapaz
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Conversão - Após o desprezo inicial pela ajuda do missionário Emanoel, Larissa se rende e acaba se convertendo à religião, dedicando sua vida ao auxílio de outras pessoas que passaram pelo mesmo drama que ela; desta forma, Grazi conseguiu passar por mais de uma reviravolta extrema numa mesma personagem
Foto: Reprodução / Globo / Estadão
Compartilhar
Publicidade
Na coletiva, Grazi ainda relembrou a forma como o nascimento de sua filha, em 2012, impactou em sua vida e profissão: "A Sofia era o mascotinho da novela, ela estava em todas. Viajou para o Rio Grande do Norte, foi para a Guatemala, estava junto, parceira, geminiana, ama viajar."
"Nesse início, em que a gente estava viajando muito, foi delicioso. A gente tem mais tempo. A hora que a novela foi pro ar, a gente veio pro Rio foi sofrido. O primeiro ano dela eu fiquei praticamente fora de casa", continuou.
Em seguida, complementou: "Comecei a entrar em pânico por não conseguir ver ela acordada. Tive anjos da guarda trabalhando comigo, porque minha família não é do Rio. Minha babá foi mãe, também."