Alexandre Pires: qual é o patrimônio do cantor investigado pela PF por garimpo em terras Yanomami?
Alexandre é um dos cantores de pagode mais bem-sucedidos do Brasil; ele e seu empresário se tornaram alvo de operação da PF por suspeita de envolvimento com o garimpo ilegal. Assessoria foi procurada pelo 'Estadão', mas ainda não se pronunciou
O cantor Alexandre Pires, de 47 anos, e seu empresário, Matheus Possebon, são investigados pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o garimpo ilegal em terras indígenas. A informação foi divulgada na última segunda-feira, 4. A Opus Entretenimento, assessoria do cantor, emitiu um comunicado enviado ao Estadão (leia abaixo na íntegra).
Alexandre vem de uma humilde família de músicos no interior mineiro. Em 1989, ele formou o grupo de pagode, ao lado de seu irmão, Fernando Pires, e os músicos Luis Vital, Serginho, Hamilton, Luis Fernando, Alexandre Popó, Rogério e Juliano Pires.
O Só Pra Contrariar começou em bares e boates de Uberlândia e cresceu ao longo da década de 90. Na virada do século, o SPC já tinha renome internacional. São deles sucessos como Essa Tal Liberdade, Domingo e Que Se Chama Amor.
Com essa carreira, Pires acumulou um patrimônio milionário. Na herança do artista, constam um imóvel em Itapema (Santa Catarina), estimado em R$ 4 milhões, e um apartamento em um condomínio de Balneário Camboriú, no mesmo prédio que Neymar, o Yachthouse Residence Club. Trata-se do edifício mais alto do Brasil, com apartamentos avaliados em cerca de R$ 8 milhões.
Os advogados de Alexandre Pires enviaram uma nota pública ao Estadão negando o envolvimento do cantor com o garimpo ou extração de minério. Eles ainda afirmam que não houve "qualquer ato ilícito" (veja nota completa abaixo).
Veja quem é Alexandre Pires e do que ele está sendo acusado:
Quem é Alexandre Pires?
Natural de Uberlândia, Minas Gerais, Alexandre Pires é cantor, compositor e multi-instrumentista. Ele é o fundador e foi o vocalista principal do grupo de pagode Só Pra Contrariar.
Alexandre vem de uma humilde família de músicos no interior mineiro. Em 1989, ele formou o grupo de pagode, ao lado de seu irmão, Fernando Pires, e os músicos Luis Vital, Serginho, Hamilton, Luis Fernando, Alexandre Popó, Rogério e Juliano Pires. O Só Pra Contrariar começou em bares e boates de Uberlândia e cresceu ao longo da década de 90. Na virada do século, o SPC já tinha renome internacional. São deles sucessos como Essa Tal Liberdade, Domingo e Que Se Chama Amor.
Alexandre saiu do grupo para investir em sua carreira solo no início dos anos 2000. Atualmente, ele é um dos cantores de pagode mais bem-sucedidos no Brasil. Em junho, ele anunciou que se juntaria ao SPC no próximo ano, com a turnê SPC Acústico 2 — O último encontro.
Pires é conhecido por sua discrição e mantém sua vida pessoal longe dos holofotes. Casado há quase 15 anos com Sara Campos, ele é pai de Arthur, de 15 anos, Julia, de 13, e Ana Carolina, de 30, fruto de um relacionamento na adolescência.
Envolvimento em acidente fatal
Em 2000, Alexandre se envolveu em um acidente que causou a morte do vendedor José Alves Sobrinho. O cantor teria batido com um jipe Cherokee na traseira da motocicleta de José, e não prestou socorro. A vítima foi hospitalizada, mas não resistiu.
Acusado de homicídio doloso duplamente qualificado, Alexandre foi absolvido em 2001. O cantor também acertou judicialmente o pagamento parcelado à família de Sobrinho de R$ 250 mil, acordo que encerrou processo cível movido pela família da vítima.
Do que ele está sendo acusado?
O cantor teria recebido, segundo a investigação, pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Já o empresário é suspeito de financiar o garimpo na Terra Indígena Yanomami. Possebon seria um dos "responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes", aponta a PF.
Investigadores ouvidos pela reportagem do Estadão informaram que o cantor insistiu em permanecer durante cerca de três horas a bordo do cruzeiro onde fazia um show com receio de ser detido - o que de fato não ocorreu porque não havia mandado de prisão contra ele. Seu celular, no entanto, foi apreendido.
Nota dos advogados de Alexandre Pires
"Na qualidade de advogado do cantor e compositor Alexandre Pires, vimos a público, diante das notícias veiculadas pela mídia em geral, esclarecer que o cantor Alexandre Pires não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena.
Destacamos que o referido cantor e compositor é uma das mais importantes referências da música brasileira, sendo possuidor de uma longa e impecável carreira artística. Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome.
Por fim, salientamos que o cantor e compositor Alexandre Pires jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira."
Nota da Opus Entretenimento
"A Opus Entretenimento, com 47 anos de atuação no mercado de eventos, esclarece que não é citada na Operação Disco de Ouro, desconhece quaisquer atividades irregulares realizadas por pessoas ligadas à empresa e confia nas autoridades competentes para a apuração correta dos fatos.
O empresário Matheus Possebon atuava como prestador de serviços na realização de shows, turnês e agenciamento de carreiras, sem participação na sociedade da empresa. E, até os devidos esclarecimentos, ele está afastado das atividades da companhia.
Com a realização de mais de 3 mil espetáculos por ano e um total de público estimado em 6 milhões de pessoas, a Opus mantém o compromisso de promover a cultura e o entretenimento em todo o país."
CORREÇÃO
Anteriormente, o Estadão havia dito que Alexandre Pires vive em uma mansão na região da Granja Viana, em São Paulo, avaliada em R$ 16 milhões. No entanto, a propriedade não é dele, mas do ex-empresário do cantor, Aldo Braghetto Filho.