Após forte relato de Cristina Pereira, movimento Me Too Brasil se pronuncia: "Imensa coragem"

A atriz Cristina Pereira pegou todos de surpresa ao revelar, durante o festival de Gramado, que foi vítima de estupro quando ela tinha apenas 12 anos. A confissão aconteceu enquanto a atriz falava sobre o filme "O clube das mulheres de negócios", que chega nos cinemas em novembro deste ano.

"Cheguei no colégio com o uniforme aberto e ninguém se preocupou, só queriam saber porque eu estava chegando atrasada", lembrou a artista. "É a primeira vez que falo publicamente sobre isso. Aconteceu comigo, mas está acontecendo agora com muitas meninas", completou, então Cristina Pereira.

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"Estava entrando na puberdade, nem tinha ficado menstruada. Eu não sabia nada sobre sexo, não sabia o que aquele homem tinha feito comigo, uma coisa horrível. Na minha época não tinha educação sexual nas escolas. E essa turma do boi, da bíblia e da bala não querem que as crianças saibam", confessou Cristina Pereira sobre o acontecimento.

Após o relato da atriz, o movimento Me Too Brasil, que atua contra o assédio e o abuso sexual, soltou uma nota pública apoiando Cristina Pereira. Confira a nota:

"Cristina, ao expor sua dor décadas depois, dá voz a milhares de vítimas que ainda vivem em silêncio, carregando o peso de traumas de violência que não deveriam ter que suportar sozinhas. Seu posicionamento não só fortalece a luta por um mundo mais justo, como também encoraja outras mulheres a romperem o silêncio, dando visibilidade a um problema estrutural e sistêmico que afeta tantas de nós.

(…) Parabenizamos Cristina Pereira por sua coragem ao transformar sua dor em um grito por justiça e mudança. Que sua força inspire outras mulheres a não se calarem, e que sua história seja um lembrete constante da necessidade urgente de combatermos a violência de gênero e sexual."

Nota oficial do Me Too Brasil sobre o relato de Cristina Pereira

O movimento Me Too Brasil foi inspirado e influenciado pelo movimento #MeToo, fundado por Tarana J. Burke, nos Estados Unidos. No Brasil, eles atuam contra o assédio e o abuso sexual. O objetivo é amplificar a voz das vítimas e prestar acolhimento por meio de apoio psicológico, jurídico, assistencial e de orientação às sobreviventes e a tomada de providências necessárias junto às autoridades competentes.