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Apresentadora inglesa escolhe última refeição antes de morrer de maneira polêmica

Esther Rantzen comove os fãs pela luta contra grave doença e o jeito de interromper a vida proibido na maioria dos países

21 fev 2024 - 09h34
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O que você comeria na última refeição da sua vida? Uma pizza inteira com guaraná? Cumbuca de feijoada acompanhada de caipirinha? Cascata de camarões com vinho? Churrasco regado a cerveja? 

A apresentadora inglesa Esther Rantzen já definiu o cardápio: caviar com champanhe, mesmo passando mal ao comer ovas de peixe e ser alérgica à bebida francesa. “As consequências não teriam importância”, disse. 

Aos 83 anos, ela enfrenta um câncer de pulmão em estágio terminal e pretende antecipar sua morte com o suicídio assistido na clínica Dignitas, no vilarejo de Forch, perto de Zurique. A Suíça está entre os poucos países onde o procedimento é permitido. 

Há diferença entre suicídio assistido e eutanásia. No primeiro caso, o próprio paciente toma uma medicação que levará ao fim de sua vida, sendo observado à distância por profissionais de saúde. No segundo, a administração do remédio é feita por uma equipe médica. 

Esther comandou programas de sucesso na televisão britânica. A maior parte de sua carreira foi no prestigiado canal estatal BBC. Diante das câmeras, fez inúmeras denúncias de mau atendimento a pacientes de doenças graves. 

Paralelamente, participou de mais de 50 instituições de caridade. O trabalho na comunicação e na filantropia rendeu o título de ‘dame’ (dama), concedido pela então rainha Elizabeth. 

Agora, Esther deseja apenas ter controle sobre o próprio sofrimento e evitar a angústia prolongada dos parentes e amigos. “Não quero que as últimas lembranças de mim sejam dolorosas”, disse. 

“Quando você vê alguém que ama tendo uma morte ruim, essa memória faz desaparecer todos os momentos felizes.” 

Um impedimento legal preocupa a apresentadora. Quem a acompanhar até a clínica na Suíça pode ser preso e processado ao retornar à Inglaterra, sob acusação de homicídio ou homicídio culposo (sem intenção). 

Semanas atrás, o tema ganhou projeção nos quatro cantos do planeta pelo sofrimento vivido pelo ator francês Alain Delon, de 88 anos, um dos maiores galãs de cinema de todos os tempos. 

Vítima de sequelas de AVCs (acidente vascular cerebral), ele manifestou a vontade de morrer por suicídio assistido também em território suíço, onde mantém residência. 

Quer ter o mesmo destino do amigo Jean-Luc Godard, premiado cineasta que se despediu da vida aos 91 anos em setembro de 2022, pelo polêmico método, em sua casa em uma pequena cidade suíça.

No Brasil, a eutanásia e o suicídio assistido são proibidos.

Alerta: em caso de sofrimento emocional, ligue gratuitamente para 188. Os atendentes do CVV (Centro de Valorização da Vida) estão disponíveis 24 horas para conversar, sem julgamentos ou críticas, respeitando os sentimentos de quem procura ajuda. Busque tratamento especializado com psicólogo ou psiquiatra para garantir sua saúde mental.

A apresentadora Esther Rantzen suscita debate no Reino Unido sobre o direito a não querer um final de vida com sofrimento prolongado
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Foto: Reprodução
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