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Ativistas publicam carta aberta em defesa de Amber Heard

A carta foi assinada por mais de 140 organizações e ativistas de direitos das mulheres e contra a violência doméstica

18 nov 2022 - 16h05
(atualizado às 16h44)
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Foto: Divulgação/Court TV / Pipoca Moderna

Um grupo de ativistas e artistas publicou uma carta aberta em apoio à atriz Amber Heard ("Aquaman") e chamando o veredito do seu julgamento com Johnny Depp ("Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore") de "prejudicial". A carta foi assinada por mais de 140 organizações e ativistas de direitos das mulheres e contra a violência doméstica.

"Grande parte desse assédio [contra Heard] foi alimentado por desinformação, misoginia, bifobia e um ambiente de mídia social monetizado, onde as alegações de uma mulher a respeito de violência doméstica e de agressão sexual foram ridicularizadas para entretenimento", diz o texto. "A mesma desinformação e acusações de culpar as vítimas agora estão sendo usadas contra outras pessoas que alegam abuso."

"Em nossa opinião, o veredito de 'Depp vs. Heard' e o discurso continuado em torno dele indicam um mal-entendido fundamental a respeito do parceiro íntimo e da violência sexual e de como as sobreviventes respondem a isso", continua. "As consequências danosas da disseminação dessa desinformação são incalculáveis. Temos sérias preocupações sobre o uso indevido crescente de processos por difamação para ameaçar e silenciar sobreviventes."

A carta conclui condenando a "humilhação pública de Amber Heard" e acrescentando que "apoiamos a capacidade de todos de denunciar violência sexual e de parceiro íntimo sem assédio e intimidação".

Entre as pessoas e entidades que assinaram a carta estavam a atriz Constance Wu ("Podres de Ricos"), a icônica feminista Gloria Steinem, a documentarista Amy Ziering ("Allen contra Farrow"), além das organizações National Women's Law Center, The National Organization for Women, Women's March Foundation, Women's Equal Justice Project e muitas outras.

Ao final do julgamento de Amber e Depp, o júri concluiu que Heard difamou Johnny em seu artigo de 2018 sobre violência doméstica, embora ela não o tenha mencionado por nome naquele texto. Ele foi punida em mais de US$ 10 milhões em danos. Apesar disso, Heard ganhou uma acusação de difamação contra Depp, mas os valores decididos pelo júri foram desproporcionais: US$ 2 milhões. Ambos estão apelando dos vereditos.

Em uma declaração após o julgamento, Depp disse: "Minha decisão de prosseguir com este caso, sabendo muito bem os obstáculos legais que enfrentaria e o inevitável espetáculo mundial em minha vida, só foi tomada após considerável reflexão. Desde o início, o objetivo de apresentar este caso era revelar a verdade, independentemente do resultado. Falar a verdade era algo que eu devia aos meus filhos e a todos aqueles que permaneceram firmes em seu apoio a mim. Sinto-me em paz sabendo que finalmente consegui isso."

"Espero que minha busca para que a verdade seja dita tenha ajudado outras pessoas, homens ou mulheres, que se encontraram na minha situação, e que aqueles que os apoiam nunca desistam. Também espero que a posição volte agora para 'inocente até ser considerado culpado', tanto nos tribunais quanto na mídia", completou ele.

Heard, por sua vez, disse na época que estava "desapontada com o que esse veredito significa para outras mulheres" e chamou o resultado de um "retrocesso".

"Isso atrasa o relógio para uma época em que uma mulher que falava e denunciava podia ser envergonhada e humilhada publicamente. Isso atrasa a ideia de que a violência contra as mulheres deve ser levada a sério", disse Heard. "Acredito que os advogados de Johnny conseguiram fazer com que o júri ignorasse a questão-chave da liberdade de expressão e ignorasse as evidências que eram tão conclusivas, que ganhamos [outro processo similar] no Reino Unido. Estou triste por ter perdido este caso. Mas estou ainda mais triste por parecer ter perdido um direito que pensei que tinha como americana: o direito de falar livre e abertamente."

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