Atriz demitida por dar chiliques e odiada por colegas revela ter duas doenças
Faye Dunaway ganhou fama por maltratar pessoas, atirar coisas e fazer exigências ridículas em trabalhos no cinema e teatro
Disponível na plataforma Max, o documentário ‘Faye Dunaway – Entre Luzes e Sombras’ coloca o dedo nas feridas abertas de uma das mais famosas e polêmicas atrizes de Hollywood.
Indissociável do talento, o comportamento agressivo de Faye a tornou temida e detestada por inúmeros colegas. “Não trabalharia novamente com ela nem por 1 milhão de dólares”, disse a lendária Bette Davis.
Os chiliques fizeram a artista colecionar brigas com diretores. Na filmagem de ‘Chinatown’, Roman Polanski ousou arrancar um fio de cabelo dela que teimava em ficar eriçado. A atriz teve um ataque de fúria e ficou horas trancada em seu trailer até ser convencida a retomar a cena.
Em julho de 2019, aos 78 anos, foi demitida da peça ‘Tea at Five’ (Chá das 5, em tradução livre) por criar ambiente “hostil e perigoso” nos bastidores, segundo a produção. O auge do problema foi dar um tapa em um membro da equipe que tentava ajeitar sua peruca.
Anteriormente, ela já havia sido cortada de outro espetáculo, ‘Sunset Boulevard’, após maus-tratos, exigências absurdas, atrasos e não decorar todo o texto. No ápice do descontrole, jogou um prato de salada no chão e quis obrigar os produtores a limpar a sujeira.
No depoimento que costura o documentário, Faye justifica a origem da impaciência constante e do temperamento explosivo: o alcoolismo e a bipolaridade, doenças sem cura relacionadas ao desequilíbrio mental. O diagnóstico aconteceu tarde, após fases em que ficou dias na cama com depressão.
Hoje, aos 83 anos, a estrela vive sob efeito de remédios receitados por um psiquiatra e frequenta um grupo de apoio do tipo ‘alcoólicos anônimos’. Cenas de bastidores incluídas no doc mostram que Faye Dunaway continua ansiosa, controladora e pode ser rude com bobagens.
Uma piada recorrente é que ela incorporou para sempre a diva das telas Joan Crawford, que interpretou no controverso filme ‘Mamãezinha Querida’ (1981), um retrato assustador de como a icônica artista era arrogante e violenta com todos, incluindo os filhos adotados.
O único filho de Faye Dunaway, Liam, também adotivo, admite que às vezes precisa agir para conter a cólera da mãe complexa. Vencedora do Oscar por ‘Rede de Intrigas’ (1976), no papel de uma executiva de TV obcecada por poder e audiência, e sempre lembrada por ‘Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas’ (1967), a atriz não recebe mais convites para grandes produções.
A idade avançada e o etarismo explicam parte do isolamento, porém, a razão principal é o temor de que a imprevisível Faye Dunaway sofra algum surto e gere prejuízo como aconteceu tantas vezes em seus 60 anos de carreira.