Autor de "Dilbert" tem quadrinhos cancelados após declarações racistas
A empresa Andrews McMeel, distribuidora das tirinhas de "Dilbert", anunciou que vai encerrar a publicação do personagem na imprensa dos EUA. O anúncio do cancelamento aconteceu após o criador do personagem, Scott Adams, ter feito comentários racistas.
"Como uma empresa de mídia e comunicação, a AMU valoriza a liberdade de expressão", disseram Hugh Andrews e Andy Sareyan, presidente e CEO da empresa, em comunicado. "Temos orgulho de promover e compartilhar muitas vozes e perspectivas diferentes. Mas nunca apoiaremos qualquer comentário enraizado na discriminação ou no ódio. Os comentários recentes de Scott Adams sobre raça e relações raciais não estão alinhados com nossos valores fundamentais como empresa".
A decisão foi tomada após alguns jornais cancelarem, por iniciativa própria, a publicação das tirinhas.
A polêmica aconteceu devido a uma live que Adams fez no seu canal no YouTube, em que se referiu à população afro-americana como "grupo de ódio". "O melhor conselho que eu daria aos brancos é ficar longe dos negros", disse Adams, enquanto falava sobre uma pesquisa a respeito do uso da frase: "Tudo bem ser branco".
De acordo com a pesquisa, 26% dos afro-americanos discordaram da afirmação e outros 21% disseram que não tinham certeza. Essa é uma frase que tem sido usada pela extrema direita dos EUA e condenada pela Liga Anti-Difamação.
Mas não foram apenas as tirinhas de "Dilbert" que foram canceladas. O The Wall Street Journal apurou que a editora Portfolio também cancelou a publicação de um livro de Adams, que não tinha relação com o seu personagem mais famoso.
Em seu Twitter, o autor postou uma entrevista em que explica seus comentários. "Aceito críticas de qualquer pessoa que tenha visto todo o contexto aqui. O resto de vocês está em uma bolha de notícias falsas, mas confio que suspeitaram disso", escreveu ele.