Cássia Kis volta a polemizar com vídeo dramático a favor da PL do Aborto
Atriz passou a ser contra a interrupção de gravidez após gravar cena de ‘Pantanal’ e foi da militância petista ao ativismo pró-Bolsonaro
Cássia Kis gravou um depoimento em defesa do Projeto de Lei 1904, conhecido como PL do Aborto, para as plataformas digitais do Centro Dom Bosco. A associação reúne católicos dedicados a “resgatar a bimilenar tradição da Igreja”.
No vídeo, a atriz explica que o texto tem a finalidade de “criminalizar médicos; em alguns casos, mães; que venham a fazer o aborto em estado gestacional avançado”.
Cássia afirma que “a partir do primeiro mês já é um estado gestacional importantíssimo”. Na sequência, comenta com dramaticidade o procedimento de interrupção da gravidez com o uso de uma injeção de cloreto de potássio.
“Nós precisamos parar com isso imediatamente”, afirma, colocando-se contra a assistolia fetal, nome técnico para o uso da substância a fim de interromper a vida do bebê no ventre materno.
A artista pede apoio popular para pressionar os deputados federais a aprovarem a PL. “Que nosso Senhor Jesus Cristo nos abençoe e nos proteja”, finaliza.
A urgência para submeter o projeto de lei ao plenário foi aprovada na quarta-feira (12). Segundo o telejornal ‘Conexão’, da GloboNews, a votação deve ocorrer apenas em agosto.
Cássia Kis, de 66 anos, é mãe de 4 filhos. Em 1997, ela participou de uma capa histórica de ‘Veja’, quando dezenas de mulheres famosas e anônimas admitiram ter recorrido a um aborto. Entre elas, Hebe Camargo, Marília Gabriela, Elba Ramalho e Cissa Guimarães.
Em entrevistas, a atriz disse que se arrependeu de abortar após gravar a cena em que sua personagem, Maria Marruá, dava à luz a Juma na primeira versão da novela ‘Pantanal’, na extinta TV Manchete, em 1990.
Tempos depois, ela sofreu com a interrupção espontânea de uma gestação. “Recebi aquilo como um castigo de Deus”, disse à revista. Antes ativista de esquerda e apoiadora do PT, Cássia Kis se aproximou da direita e do bolsonarismo.
No final de 2022, ela marcou presença em manifestações de rua contra o resultado da eleição presidencial vencida por Lula. Essa militância gerou a hostilidade de vários colegas de TV. Parte do público chegou a defender boicote à novela ‘Travessia’, na qual ela interpretava a vilã Cidália.