Cefaleia refratária: condição diagnosticada em Virginia Fonseca; saiba o que é
Influenciadora ficou três dias internada; segundo neurologista, são dores de cabeça que não melhoram com medicamentos tradicionais
Virginia Fonseca recebeu alta do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, na noite desta quarta-feira, 18. A influencidora estava internada desde o dia 15 após sentir fortes dores de cabeça.
Grávida do cantor Zé Felipe, ela passou uma avaliação obstétrica que garantiu que a gestação segue normal, mas, segundo boletim médico, foi diagnosticada com "cefaleia refratária à analgesia convencional".
De acordo com Lívia Pousas, neurologista do Instituto Orizonti, de Belo Horizonte, a cefaleia refratária é "a dor de cabeça que não melhora com as medicações que utilizamos comumente para alívio de dores, como os analgésicos comuns e anti-inflamatórios". Segundo ela, na maioria das vezes, são necessárias medicações mais potentes e administradas por via venosa.
A especialista também explica que pacientes que sofrem de cefaleias recorrentes "devem ser submetidos aos tratamentos preventivos para reduzir a frequência e intensidade das crises de dor".
Lívia lembra que existem ações que não envolvem o uso de medicamentos que podem auxiliar no controle das dores de cabeça, como fazer atividade física de forma regular, evitar jejum prolongado, dormir adequadamente e beber bastante líquido.
Como é feito o diagnóstico?
Segundo a neurologista, o diagnóstico da cefaleia refratária é feito com base na descrição dos sintomas e do histórico do paciente e através de um exame clínico neurológico. Em alguns casos, são necessários exames complementares.
"É importante lembrar que o uso abusivo de analgésicos pode levar a uma piora das dores de cabeça e, por isso, é importante consultar um neurologista para melhor tratamento das dores e evitar a automedicação", ressalta a especialista.
Existe alguma diferença na gravidez?
Virginia Fonseca está grávida de quatro meses de seu segundo filho com Zé Felipe. Por isso, algumas fãs da influenciadora ficaram preocupados com o seu diagnóstico. No entanto, apesar da condição ser rara, é normal que ela afete pacientes grávidas que já tenham predisposição à cefaleia.
"Comumente, as dores de cabeça tendem a melhorar, ou seja, ser menos intensas e menos frequentes na gestação, principalmente a partir do segundo trimestre. Mas, no primeiro trimestre, pode haver uma piora de padrão das dores de cabeça em pacientes que já sofriam de algum tipo de cefaleia, como a enxaqueca", explica Lívia Pousas.
Segundo a médica, o tratamento da cefaleia refratária é diferente para as grávidas apenas porque algumas medicações não podem ser usadas pelas gestantes, o que reduz as possibilidades de analgésicos a serem utilizados.
*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais