Com 5 ex-maridos, Regina Duarte critica peso do “tesão e da paixão” no casamento
Atriz, agora também artista visual, comenta sobre a possibilidade de novo relacionamento às vésperas dos 77 anos
Regina Duarte concedeu saborosa entrevista a Leda Nagle no canal da jornalista no YouTube. Em um trecho, a atriz comentou a respeito da vida conjugal.
“A gente teve uma formação em que o casamento era resultado de uma paixão, e as paixões, a gente vai descobrindo, têm durabilidade. Não são eternas”, disse.
Na visão da estrela da TV, a maioria dos casais elege prioridades equivocadas para sustentar o relacionamento.
“A gente precisava ter outra formação sobre o casamento. É uma sociedade, muito mais do que amor, tesão, essas coisas. (Deve) ser o resultado de duas pessoas que têm um projeto de vida parecido, para enfrentar o dia a dia com esse objetivo, e não baseado simplesmente em atração sexual, num encantamento juvenil que te cega.”
Regina contou ter casado cinco vezes. “No papel, só a primeira”, ressaltou. “(Meus maridos) foram ótimos porque me ajudaram muito naquele período em que estivemos juntos.”
Foram eles o engenheiro Marcos Flávio Cunha (com quem teve os filhos André e Gabriela), o diretor e ator Daniel Filho, o publicitário Daniel Gómez (pai de seu caçula, João), o diretor de TV e cineasta Del Rangel e o empresário pecuarista Eduardo Lippincott.
A atriz destacou a ampla experiência amorosa. “Cinco casamentos, um aprendizado. Você diz: ‘agora eu estaria pronta para mais um casamento’.”
“Pois é, você está pronta?”, perguntou Leda Nagle.
“Não tô, não. Quero ter amigos, não casaria de novo de jeito nenhum”, respondeu Regina, rindo.
No momento, a artista prefere outro tipo de companhia. “Tenho quatro gatas e uma funcionária que está comigo há 43 anos, e a gente se aguenta.”
Várias personagens de Regina Duarte contribuíram com a luta social pela emancipação da mulher brasileira. A principal delas, sem dúvida, foi Maria Lúcia, protagonista da série ‘Malu Mulher’, exibida na Globo entre maio de 1979 e dezembro de 1980.
Recém-separada, a socióloga suscitava debates sobre tabus do casamento à época, como assédio moral, violência doméstica, a dificuldade de criar sozinha uma filha e o direito ao prazer sexual.
Pensando bem, desafios ainda comuns à maioria das mulheres no país.