Contrariando previsão de Diana, Charles inicia reinado com incomum carisma
Novo monarca demonstra ter aprendido algumas lições após ser tantas vezes massacrado pela imprensa e por parte dos súditos
A primeira aparição pública e o primeiro discurso na TV de Charles III surpreenderam pela desenvoltura do novo soberano dos britânicos.
Nem parecia o mesmo homem que até quinta-feira era um príncipe de pouca expressividade e excesso de formalidade.
Ao descer do carro e ir ao encontro das pessoas diante do Palácio de Buckingham, ele sinalizou a intenção de ser um rei popular.
Cumprimentou dezenas de súditos e turistas, ganhou beijo no rosto, sorriu abertamente apesar do luto e fez gesto de gratidão unindo a palma das mãos.
No pronunciamento exibido em rede nacional e retransmitido por emissoras de todo o planeta, Charles III surpreendeu ao citar de maneira carinhosa o filho Harry e a nora Meghan, com quem chegou a romper relações.
Ficou à vontade diante da lente da câmera. Leu com naturalidade o texto no teleprompter e soube valorizar as pausas para inserir sentimento crível na mensagem.
A desenvoltura na largada como monarca contraria a previsão de sua primeira mulher, a princesa Diana, morta aos 36 anos em acidente de carro em Paris, há 25 anos.
Naquela bombástica entrevista à BBC em 1995, ela disse que Charles não parecia preparado nem muito interessado em assumir o trono. A declaração enfureceu a rainha.
Após ter apanhado tanto da opinião pública, Charles parece ter assimilado algum aprendizado sobre marketing pessoal, domínio de cena e até a forjar um carisma nunca visto antes.
Em seus primeiros momentos como rainha console, Camilla preferiu se anular para que o marido brilhasse sozinho sob os holofotes.
Uma atitude inteligente já que sobre ela paira a sombra da insuperável Diana, que dizia querer ser “a rainha no coração das pessoas”. Não só foi, ainda é.