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Corta, estica, alisa: políticos recorrem à cirurgia plástica para garantir poder

Lula, Bolsonaro e outras figuras de destaque buscam suavizar marcas da idade a fim de enfrentar o culto à jovialidade

2 out 2023 - 09h20
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Joe Biden está muito velho para um segundo mandato de presidente dos Estados Unidos. Esse é o pensamento de parte da imprensa norte-americana e até de membros do Partido Democrata. 

Colunistas respeitados do ‘Washington Post’ e ‘The New York Times’ sugeriram que o atual ocupante da Casa Branca, que fará 81 anos em novembro, desista de tentar a reeleição diante do alto risco de suas fragilidades física e mental precipitarem uma vitória do vigoroso republicano Donald Trump, apenas 3 anos mais novo. 

Por temer situação semelhante, políticos brasileiros batalham contra as marcas do tempo a fim de ter uma aparência agradável aos olhos da mídia, dos partidários e, especialmente, do eleitorado. A aparência pode influir no desempenho de um candidato nas urnas. 

Perto de completar 78 anos, Lula aproveitou a anestesia geral de uma cirurgia no quadril para se submeter a uma blefaroplastia para retirada do excesso de pele que pesa nas pálpebras. Esse recurso, além de gerar rejuvenescimento do rosto, pode melhorar a visão do paciente. 

No final de 2008, a então ministra-chefe da Casa Civil do segundo mandato do petista, Dilma Rousseff, passou por um lifting facial, indicado para reduzir flacidez e rugas na face. Estava com 61 anos. Comentaristas de política revelaram que a plástica fazia parte do projeto de se candidatar à Presidência. A renovação estética surgiu efeito: ela foi eleita duas vezes para o Palácio do Planalto. 

Antecessor de Dilma e Lula, Fernando Henrique Cardoso também encarou o bisturi. Antes de se tornar presidente da República, na década de 1990, ele retirou as bolsas de gordura sob os olhos que o deixavam envelhecido. Mais recentemente, quem surpreendeu com um rosto remodelado foi o senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello, famoso pelo porte de galã e a vaidade. 

No Brasil, cresce o número de homens em busca de cirurgia de correção de ginecomastia (redução de mamas), rinoplastia (remodelação do nariz) e lipoaspiração (retirada do excesso de gordura) no abdômen e flancos, entre outras operações. Renovar o sorriso é outro procedimento em alta. O ex-presidente Jair Bolsonaro fez harmonização dos dentes orçada em R$ 84 mil. 

Muitos políticos já corrigiram a calvície com implante capilar. Outros são adeptos da toxina botulínica, chamada popularmente de botox, para se livrar de marcas e expressões no rosto. O peeling, que promove uma renovação da pele por meio da escamação, é um tratamento comum entre homens e mulheres dos círculos de poder. 

Hoje, toda figura pública quer ficar bem na foto, ou melhor, na selfie, nas entrevistas na TV, no outdoor de campanha e até nos memes. Uma imagem harmoniosa pode minimizar o etarismo – preconceito relacionado à idade – e agradar ao eleitorado.

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Foto: Fotomontagem: Blog Sala de TV (Fotos: Divulgação, Reprodução e Jefferson Rudy/Agência Estado)
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