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De chacota a modelo de sucesso: brasileiro supera bullying e desfila para grifes na Europa

De origem humilde, Felippe Vier correu atrás dos seus sonhos e foi ridicularizado por isso

25 set 2022 - 05h00
(atualizado em 14/10/2022 às 18h50)
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Felippe Vier, modelo
Felippe Vier, modelo
Foto: @felippevie

O modelo brasileiro Felippe Vier, de 27 anos, pode se considerar sinônimo de "volta por cima". Nascido e criado em Paraty (RJ), ele se viu humilhado quando tentou alçar voos maiores do que a cidade litorânea permitia. Hoje, ele tem no currículo uma temporada de Fashion Week em Milão, na Itália, e desfiles para marcas, como Off-White, GCDS e Farfetch, famoso site de venda de peças de marcas de luxo.

De lar humilde e religioso, ele não podia contar com o suporte financeiro da mãe. Com dificuldades para o sustento básico, por vezes os dois passaram por apertos. Ela, principalmente. Em entrevista ao Terra, Vier lembra que sua mãe deixava de comer para matar sua fome e passava frio para aquecê-lo.

"Eu precisava sair dali para poder retribuir a ela de alguma forma", conta.

Mas a vontade de ser modelo não nasceu com Felippe Vier. A moda foi uma "luz no fim do túnel", como ele define, para que pudesse realizar outros sonhos, como atuar e cantar.

Determinado a fazer a carreira nas passarelas, ele economizava o salário de jovem aprendiz para custear as viagens e comparecer às seletivas em São Paulo (SP). Até bijouterias vendeu para comprar roupas e fazer academia.

Felippe Vier, modelo
Felippe Vier, modelo
Foto: @felippevie

Aos 18, uma agência visitou Paraty e Vier não hesitou em tentar pleitear uma vaga. Na seletiva, o fotógrafo lhe pediu poses que ele define como "desconfortáveis", mas foram justamente essas as fotos escolhidas para a campanha. Estampando diversos pôsteres e outdoors espalhados pela cidade, ele se tornou alvo de comentários e piadas.

"As pessoas tiravam sarro de mim nas ruas, rasgavam os posters, imitavam a pose e compartilhavam na internet. Eu evitava sair na rua, me sentia triste quando me zoavam. Foi um tempo de muita tristeza", conta.

O maior problema, segundo o modelo, não era tirar sarro de sua aparência, mas de seu objetivo de prosperar na moda. Os episódios de bullying geraram uma angústia tão profunda que beirou o quadro depressivo. A psicoterapia foi o caminho que encontrou para se reerguer.

Felippe Vier, modelo
Felippe Vier, modelo
Foto: @felippevie

"Fui me adequando até caber no padrão"

Após o que chamou de um dos episódios mais traumáticos de sua vida, Felippe Vier ainda enfrentou certa dificudade para se consolidar no mercado fashion. Apesar de magro e alto, ele acredita que sua história é semelhante ao do 'Patinho Feio', conto clássico sobre padrões de beleza e bullying.

"Eu sofri muito com padrões. Eu era tido como magro e estranho, pois tinha muita acne. Fui me adequando até caber no padrão", lembra. 

Após montar portfólio e passar procedimentos estéticos, em 2014 ele foi contratado por um agência de São Paulo. A partir deste momento começou a despontar para o sucesso. Durante seu período na empresa posou para a Vogue Itália e revistas gringas menores.

Provar o mercado internacional de moda despertou em Felippe o desejo por mais. Em combinado com uma prima que morava em Portugal, ele vendeu tudo que tinha aqui no Brasil e se mudou de vez para a Europa.

Com apenas 200 euros no bolso, ele penou por alguns meses, mas logo encontrou a agência Blast, onde está até hoje. Dessa relação surgiram trabalhos de alto padrão, o que o consolidou como modelo internacional de sucesso. Off-White, GCDS e Farfetch foram contratantes de alguns trabalhos.

Felippe Vier, modelo
Felippe Vier, modelo
Foto: @felippevie

"Quero chegar onde Gisele chegou"

Sucesso nas passarelas, ele agora trabalha a próxima guinada de sua carreira e fazer o que realmente sempre quis: cantar. De uma desilução amorosa, ele compôs sua primeira música. Desde então, descobriu uma facilidade para o trabalho e, segundo diz, já possui 50 canções a serem gravadas. 

Mesmo com a carreira na indústria fonográfica à vista, Felippe Vier garante que não pretende abandonar as passarelas. Pelo contrário, ele quer chegar onde poucos chegaram, no nível de reconhecimento que Gisele Bündchen tem.

"Muitos modelos masculinos foram longe, porém, a Gisele é conhecida como a melhor modelo do mundo até hoje e quero ser colocado numa posição assim também", diz.

Fonte: Redação Terra
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