Eliana encerra ano de transformações com chave de ouro: 'É isso que me motiva'
Em entrevista exclusiva à Revista CARAS, Eliana reflete sobre mudança para a Globo e confessa como lida com as transformações em sua vida
É impossível resumir o 2024 de Eliana (52) em um único sentimento. Ele foi intenso, transformador e, acima de tudo, provou a coragem e a força da apresentadora para reinventar a sua própria história. "É natural que a gente se sinta à vontade na zona de conforto, mas sempre gostei de me movimentar dentro dessa zona e fazer algo diferente. Mesmo que não tivesse tanta certeza, mesmo pintando um medo, que é natural quando você não conhece o território, esse movimento sempre é muito inspirador para mim", disse ela, que deixou o SBT após 15 anos de casa e se tornou a nova estrela da Globo, onde assumiu o comando do Saia Justa, do GNT, mesmo canal em que, em janeiro, assume o especial Casa de Verão da Eliana, além de pilotar o reality The Masked Singer Brasil, nas tardes de domingo da TV Globo.
Definitivamente, o ano foi de renovações para a apresentadora, que, agora, chega à reta final de 2024 com saldo para lá de positivo, tanto na carreira quanto em sua vida pessoal — ela é casada com o diretor Adriano Ricco e mãe de Arthur (13) e Manuela (7).
"Estou em um momento muito bacana na vida pessoal e profissional", avisa ela, durante conversa exclusiva com CARAS direto de Angra dos Reis, no litoral fluminense, onde gravou a Casa de Verão da
Eliana. "Hoje é meu aniversário! Perguntaram se eu ia dar entrevista mesmo assim. Para mim, não tem problema porque a CARAS faz parte da minha vida!", comentou ela, assim que a equipe chegou!
- O ano de 2024 foi de muitas mudanças e tranformações para você! Que balanço faz?
- Com o fim de ano, as gravações se intensificaram e os projetos aumentaram. Foi um ano de muitas mudanças. Os 50 anos me trouxeram um desejo de inovação, mas se você for observar ao longo dos meus anos de carreira, de tudo que já vivi e todas as transições que eu me permiti fazer, faço um balanço de que eu gosto de inovar. Eu acho que tenho isso no meu DNA, porque comecei cantando, fui para o público infantil e depois fui falar com a família brasileira aos domingos, em um ambiente predominantemente masculino. Depois de tantos anos no mesmo canal, resolvi aceitar o convite de ir para uma das maiores emissoras!
- Apostar no novo e na mudança, mesmo com toda a sua experiência dá um certo medo?
- Sim! Eu penso: que delícia poder ter novos desafios e fazer coisas diferentes depois de tantos anos de
carreira. Sempre dá aquele friozinho na barriga e é isso que me motiva. Se a gente esperar que tudo fique perfeito para fazer mudanças na vida, a gente fica estagnado. Eu gosto do processo, nada vem pronto. E esse processo é interessante de se viver. Não é só o resultado final e aquilo que você sonha. Viver o passo a passo, mesmo com medo, é muito enriquecedor do ponto de vista humano, seja no profissional ou no pessoal. Vai viver, Eliana, vai ser feliz, se joga e se realiza.
- Dá uma certa sensação de primeira vez, já que os formatos dos programas são diferentes dos que você já apresentou?
- A minha experiência de tantos anos me traz uma certa paz de pisar em outros territórios com a certeza de que vou me comunicar com o meu público, mesmo em diferentes formatos, porque a coisa mais mágica do comunicador é falar e ser ouvido. Quando as redes sociais começaram a ganhar forma e era algo novo para todo mundo, eu falei que iria entrar e ver no que iria dar. E foi bem positivo. Independentemente do veículo ou do formato, o mais importante é você ser você mesma, manter seus valores e essa capacidade de falar e ser ouvida. Isso pode estar em diferentes lugares ao mesmo tempo. O importante é manter aquilo que você construiu, que é a confiança do público: isso é meu maior tesouro.
- Além dos programas, os públicos são diferentes...
- Em linhas gerais, eu acho que falo muito com as mulheres. Já falava com as mães quando trabalhava com as crianças. Quando fui para os domingos — isso é um dado —, a maior parte do público é feminino, então continuo falando com elas, com muita responsabilidade em todos os campos. E falo com a família brasileira há muitos anos. Quando fiz a transição do público infantil para o adulto, na verdade, ampliei esse público. As crianças podem assistir ao Masked, que é divertido, lúdico, um conteúdo familiar. No Saia Justa é um desafio do ponto de vista de não estar falando com um auditório. É um programa que fala sobre temas importantes e necessários para o universo feminino e a gente continua trazendo essa relevância com tanta leveza. Foi visto que era importante as mulheres darem aquele respiro no meio da semana, na quarta-feira, para relaxar, de forma leve, por isso o novo time. Os debates sobre o universo feminino são importantes, temos muito que batalhar pelos nossos sonhos, pela equidade de direitos e o Saia tem essa leveza. Fico realizada quando vejo os números de audiência.
- No Saia você se expõe mais...
- É uma experiência muito bacana. Ali sou como sempre fui com minhas amigas, com as mulheres da minha vida, mas desta vez expandindo isso para além das amigas e dando as minhas opiniões. Com a maturidade, venho percebendo o quanto é importante eu dividir minhas experiências profissionais e pessoais com outras mulheres. Tenho mais de 40 milhões de seguidores e há um público que entende que tenho algo a dizer, isso acontece nas redes. É uma responsabilidade minha não me calar e falar com as mulheres.
- E ajuda a desmistificar que você é perfeita, não tem problemas!
- Trabalhei muitos anos com o público infantil e sempre tive um cuidado com a forma que eu me comunicava e me comportava. À medida que saí desse universo pude ser a mulher que sou. É libertador você ter um programa com essa representatividade, ter parceiras de discussão para debater, refletir. Nessa altura da minha vida, o Saia foi um presente.
- Andam falando que você está até mais soltinha!
- As pessoas têm essa impressão por conta do meu trabalho com o público infantil. Eu tinha que ter uma postura ilibada.
- E o The Masked?
- Eu estava com saudade do auditório. Amo o público e fazia alguns meses que eu não pisava no palco. Ouvir aquela agitação, os aplausos, a plateia, tudo isso me coloca em uma energia muito alto-astral. O Masked é um flerte com aquilo que eu sempre vivi, a música, que faz parte da minha vida e da vida de todos os brasileiros. O programa é a Broadway brasileira, porque tudo é encantador, os detalhes, o balé. Quero levar meus filhos para conhecer os bastidores. Arthur quer fazer cinema e para ele é interessante observar tudo isso.
- Arthur na faculdade?
- Ele está com 13 anos ainda, mas daqui a pouco vai fazer um intercâmbio. Manu também adora artes. Só desejo que eles realizem seus sonhos como um dia eu pude realizar os meus.
- Está preparada para isso?
- Não, mas entendo que a vida é sobre isso. É amar, dar asas e deixar voar.
- No The Masked Singer você vai cantar para a gente ter momentos de nostalgia?
- Tem um lugar de memória afetiva, mas entro no programa como apresentadora. Quando acontecer
a estreia, eu estarei completando 20 anos aos domingos e isso é um marco para mim. Antes, só havia homens apresentando e venho há 20 anos fazendo programas de auditório. Mas me dá, sim, aquela
vontade de brincar com esse universo. Em alguns episódios, terá musicais que eu participo, mas são momentos pontuais. Gosto de ser versátil e minha carreira me possibilita mostrar essas facetas.
- E a Casa de Verão? O que o público pode esperar?
- Além da fotografia linda, da natureza e do visual, as pessoas vão ficar encantadas com as histórias. É um momento de conexão, reflexão, para a gente pensar e se divertir. Tem convidados queridos, como a Fátima Bernardes, Xuxa, Claudia Raia... Em Angra, as mudanças climáticas são intensas, está sol, chove, esfria, abre o tempo de novo... foi desafiador. Cada episódio é um assunto e vamos respeitar a história do convidado. É como se eu recebesse as pessoas na minha casa. Tem culinária também e vou até para a cozinha!
- Você cozinha bem?
- Minha mãe me ensinou a fazer de tudo um pouco. Se precisar, eu limpo e vou, sim, para a cozinha.
Quando faço a comida, as crianças adoram, falam que é a melhor comida do mundo! Sei me virar!
- O que espera para 2025?
- Saúde, que é o mais importante. E desejo expandir minha capacidade de comunicação. Com tantas possibilidades que essa casa me dá, quero me expandir em outras áreas possíveis. Sou grata a tudo que eu vivi, porque foi isso que me fez ser quem eu sou hoje. Que o céu seja o limite!