Entrevista | 15 anos depois, Geisy Arruda revela que perdeu fortuna por se recusar a usar vestido rosa: 'Foi traumático pra mim'
Em entrevista ao Purepeople, Geisy Arruda relembra o dia em que foi hostilizada em uma faculdade, um explícito episódio de misoginia e violência contra a mulher que chocou o Brasil há 15 anos.
Era a noite do dia 22 de outubro de 2009. Geisy Vila Nova Arruda, na época, com 20 anos, era mais uma das milhares de jovens que saíram de casa rumo à faculdade, já ansiando a esticada que daria com amigas em um bar nas proximidades. Vaidosa assumida, ela tirou um vestido rosa curto e bem chamativo do armário. Comprada em liquidação, a peça custou R$ 50. No entanto, o que parece ser a descrição de uma noite banal para qualquer universitário, já dura 15 anos para aquela estudante de turismo.
Geisy foi hostilizada e perseguida por uma multidão na faculdade e precisou deixar o local escoltada pela Polícia Militar. Tudo isso por conta de um vestido curto. O caso - um explícito episódio de misoginia e violência contra a mulher - chocou até mesmo o Brasil de 2009, quando as discussões sobre feminismo e direito das mulheres ainda eram tímidas na grande mídia.
A violência contra Geisy foi além do campus: no mês seguinte, a União Bandeirante de Educação expulsou a estudante, sob alegações de que ela tinha "uma postura incompatível com o ambiente da universidade". "O problema não era a roupa, mas a forma de se portar, de falar, de rebolar", disse Décio Lencioni Machado, assistente jurídico da Uniban, em entrevista à Folha de São Paulo. A instituição voltou atrás após muita pressão popular.
O episódio também transformou a vida da jovem positivamente. Geisy virou o que se chamava de "personalidade da mídia" nos anos 2000 - seria injusto chamar de "subcelebridade" alguém que deu entrevista a...
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