Entrevistei Eliana algumas vezes e discordo de quem a chama de antipática
Público costuma exagerar na expectativa e exige atenção individualizada difícil de ser atendida pelos artistas
O nome de Eliana está em alta na mídia e nos bastidores da televisão. Comenta-se do interesse da Globo e da Record em contratá-la a peso de ouro.
Nos últimos 15 anos, ela gerou relevante audiência e alto faturamento ao SBT. Possui a habilidade de atingir todas as faixas etárias de telespectadores e cultiva imagem familiar valorizada pelo público e os anunciantes.
Paralelamente ao sucesso profissional, a apresentadora sempre foi alvo de rumores a respeito da personalidade e da vida amorosa. Cobrou-se dela o ônus por ser uma figura pública.
Mesmo com a privacidade constantemente sob ataque, a artista conseguiu se preservar mais do que a maioria dos colegas de TV. Jamais demonstrou obsessão por visibilidade nem cometeu o erro da ostentação.
Mesmo associada ao riso fácil, Eliana não conseguiu reverter um descrédito: a (má) fama de antipática. A internet – que aceita tudo o que se escreve – possui várias narrativas a respeito, desde matérias com fontes anônimas até relatos em vídeo.
Na função de jornalista, enfrentei tantas celebridades insuportáveis que decidi contar minha experiência positiva com a apresentadora em meu tempo como repórter. No início da década de 2000, fiz algumas entrevistas com ela para a revista ‘Contigo’.
Em uma ocasião, estive em sua casa para gravar uma conversa. Hospitalidade impecável. Noutra vez, a encontrei em um camarim quando estava na companhia do então namorado, Roberto Justus.
Teve ainda uma sessão de fotos em um extinto bar na Praça dos Omaguás, em Pinheiros, para uma capa com o título ‘Eliana mostra as garras’, a respeito de sua crescente influência na TV.
Houve também o registro jornalístico da visita da apresentadora a uma renomada loja no Shopping D&D, para escolher móveis para o projeto de decoração de sua mansão.
Posando ou não para fotos, com o gravador de voz ligado ou desligado, Eliana sempre foi agradável comigo e os demais profissionais da equipe. Observei o mesmo comportamento atencioso em eventos.
A alegada antipatia pode ter origem na frustração da expectativa de algumas pessoas. Geralmente, o admirador quer uma reação efusiva do artista: abraço caloroso, risada, olhos nos olhos, atenção exclusiva. Nem sempre é possível.
O famoso, assim como qualquer pessoa, pode estar com pressa, cansado, estressado, triste. Difícil forjar empolgação depois do milésimo pedido para selfie. Importante ele atender bem ao fã, porém, não se deve cobrar mais do que um tratamento respeitoso.
“Ah, mas a Eliana é diferente quando a câmera está ligada”, reclamam. Bem-vindos ao mundo real: ninguém, absolutamente ninguém, é o mesmo quando está sendo filmado. O comportamento muda, automaticamente.
No caso da apresentadora, há de se considerar que sempre foi uma mulher reservada e elegante. Não é de arroubos emocionais, do tipo que espetaculariza ao encontrar alguém. O que classificam de antipatia talvez seja, apenas, uma atitude introspectiva, sem exibicionismo.