Erika Hilton diz que vai processar narrador da Band por falas preconceituosas
Após o narrador da Band, Sérgio Maurício, ser acusado de ser transfóbico com Erika Hilton, a deputada diz que vai processá-lo
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) anunciou que tomará medidas judiciais contra o narrador da Fórmula 1 na Band, Sérgio Maurício, após um comentário transfóbico feito pelo jornalista nas redes sociais. O caso, que ganhou grande repercussão, resultou no afastamento de Maurício pela emissora. Em um pronunciamento na noite desta quarta-feira (26), Hilton classificou a declaração como um ataque à sua dignidade e reafirmou a importância de combater discursos de ódio.
"Eu e meus advogados estamos plenamente cientes do ataque transfóbico cometido contra mim, neste domingo, pelo narrador da Fórmula 1, Sérgio Maurício, afastado hoje da Band", declarou a parlamentar em seu perfil no X (antigo Twitter). Embora tenha elogiado a decisão da emissora de afastar o locutor, Hilton destacou que considera fundamental que agressões transfóbicas não fiquem impunes. "O que me interessa é que pessoas que atacam a nossa dignidade respondam criminalmente", acrescentou.
O comentário de Sérgio Maurício gerou indignação nas redes sociais e levou a Band a agir rapidamente para afastá-lo das transmissões. Na postagem polêmica, o narrador se referiu à deputada como uma "fake news humana", em resposta a um conteúdo que também foi apontado como misógino e racista. Após a repercussão negativa, a conta do jornalista foi desativada. Em nota ao F5, Maurício negou ter feito a publicação e afirmou que se tratava de um perfil falso criado para prejudicá-lo. Ele ainda declarou que tomaria providências legais contra os responsáveis.
Erika Hilton, por sua vez, reforçou que a transfobia é crime no Brasil e que sua luta visa impedir que ataques como esse sejam banalizados. "Permitir que isso se torne banal hoje é aceitar a morte de mais uma de nós amanhã", afirmou. A deputada também mencionou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equiparou a homotransfobia ao crime de racismo, tornando-a inafiançável e imprescritível. Segundo ela, a impunidade para discursos de ódio não pode ser normalizada.
Além da mobilização política e jurídica, a deputada agradeceu o apoio que recebeu da comunidade da Fórmula 1 nas redes sociais. "A Fórmula 1 é gigante no Brasil, e com a nossa história nesse esporte, não teria como ser diferente. E se agigantam também aqueles que usam suas vozes e plataformas para proteger aquelas e aqueles que são cotidianamente atacados simplesmente por serem quem são", concluiu. Enquanto o caso segue na Justiça, Sérgio Maurício já foi substituído nas transmissões da Band pelo narrador Carlos Fernandes, em uma decisão que, segundo a emissora, buscou preservar a integridade da cobertura esportiva.