Esnobada pela TV, eterna Escrava Isaura se lança candidata criticando Bolsonaro
Lucélia Santos tenta carreira política após mais de 15 anos sem fazer uma novela inteira no Brasil
Uma das artistas brasileiras mais famosas e respeitadas no exterior tem sido ignorada pelas emissoras que produzem teledramaturgia.
Lucélia Santos não faz uma novela do começo ao fim desde ‘Cidadão Brasileiro’, da Record, em 2006.
Nos últimos anos, fez participações esporádicas na Globo. Em 2019, gravou o folhetim ‘Na Corda Bamba’, em Portugal.
No currículo, Lucélia tem personagens importantes como a protagonista homônima da versão original de ‘A Escrava Isaura’, de 1976.
Fez ainda a vilã Carolina de ‘Guerra dos Sexos’ (1983) e a batalhadora Silvana de ‘Vereda Tropical’ (1984).
Como não citar Maria das Graças, protagonista de ‘Sinhá Moça’ (1986), a mística Carmen, da novela de mesmo nome da TV Manchete (1987), e a personagem-título de ‘Dona Anja’ (1996), do SBT?
Poucas atrizes cravaram tantos papéis na memória dos noveleiros. No entanto, ela parou de ser escalada para grandes produções.
Nos bastidores dos canais, comenta-se que muitos diretores reprovam seu ativismo político.
Lucélia sempre foi uma defensora do pensamento de esquerda e militante pela preservação do meio ambiente.
Aos 65 anos, ela decidiu abraçar de vez a atuação partidária: se lançou candidata a deputada federal pelo RJ. Seu partido é o PSB, que apoia Lula para presidente.
Em um vídeo, Lucélia defende as pautas da ecologia, das mulheres, dos negros e quilombolas, da comunidade LGBTQIA+ e dos povos indígenas.
Em outra aparição nas redes sociais, a atriz provoca o atual presidente. “Você sabe quais as 3 coisas que Bolsonaro mais detesta? Mulher, cultura e meio ambiente”, diz.
“Então, quem sabe, você não pensa em votar numa mulher, atriz e defensora das florestas?”
O envolvimento de Lucélia Santos com a política se intensificou no movimento Diretas Já, na primeira metade da década de 1980.
Na ocasião, a classe artística desafiou a ditadura para pedir a volta da eleição a presidente, o que ocorreu somente em 1989.