Fernanda Paes Leme define amor como 'simples' e declara: 'A vida vai endurecendo'
Em entrevista à Contigo! Novelas, Fernanda Paes Leme também fala sobre o sucesso de Amor da Minha Vida, série do Disney+
No ar como a autêntica Alice, na série Amor da Minha Vida, do Disney+, Fernanda Paes Leme explica por que a produção caiu no gosto popular, diz que não é tão moderninha quanto as pessoas pensam e reflete sobre o que é o amor. "O amor é descomplicado, ele está no simples."
A série Amor da Minha Vida estreou fazendo um grande sucesso. Por que você acha que agradou tanto ao público?
Acho que por essa leveza mesmo de trazer nesse momento uma série onde a gente respira, onde a gente sente, onde a gente se reconhece. É aquela série comfy, que a gente chama, de você assistir e que não vai te tirar, talvez, de um lugar onde... Aí está todo mundo ansioso, todo mundo passando por momentos, né, a gente fica bem nos intervalos da vida. E por que não dar um play em uma história como a da Bia [Bruna Marquezine] e do Victor [Sergio Malheiros], com personagens tão reais, tão carismáticos e com essas pinceladas de pessoas interessantes, que vão passando pela vida deles. Então não tem por que não assistir, não ser gostoso, não se identificar, não é?
O que você tem em comum com a sua personagem, Alice?
A Alice é uma personagem bem misteriosa, igual a mim, eu sou puro mistério. Acho que você me olha e fala assim: 'FePa, mistério no ar [risos]!' Mas acho que a Alice tem uma intensidade, talvez, que seja um pouco parecida com a minha.
Acha que a Alice é inconsequente?
Eu não acho a Alice inconsequente, acho que ela é uma mulher que está ali, vulnerável, também vivendo uma fase da vida dela que as pessoas meio que não sabem o que está acontecendo e ela se envolve, vive um dia de paixão com a personagem da Bruna, com a Bia. E acho muito verdadeiro o que elas vivem, não sinto isso como uma inconsequência. Eu acho que é aquela coisa que acontece na nossa vida de alguém que aparece e vive uma história e talvez vocês nunca mais vão se ver. É uma coisa que fica no ar, e que, de alguma certa forma, planta uma sementinha em você, que te leva para um outro caminho. Eu não chamo isso de inconsequência, eu chamo isso mais de vida mesmo, de se permitir.
Você se identifica com isso?
Eu já me permiti muitas coisas na vida e talvez menos do que as pessoas me vendo acham que eu vivi. Acho que as pessoas me sentem, elas acham que eu sou mais moderninha, e eu não sou. Como diz Caetano [Veloso]: 'Eu não sou proveito, eu sou pura fama'.
Uma cena engraçada da série é quando a Bia responde um 'eu te amo' para o Marcelo (Danilo Mesquita) por reflexo. Em algum momento da vida você já ouviu uma declaração que não estava preparada e respondeu por reflexo?
Toda terça e quinta! Brincadeira [risos]. Acho que eu já vivi relações em que eu talvez não estivesse amando naquele momento. Não que eu não amasse a pessoa, mas naquele momento quando eu respondi um 'também' ou 'eu te amo' não é que o amor não existisse, é que talvez tenha vindo uma briga ou vindo algo que eu não estava sentindo naquele momento, mas respondi por educação, por reflexo. Acho que isso acontece. Sou Team Bia, ela não está errada, ainda mais com o personagem do Danilo [risos].
Em uma outra cena, da Bruna com o Sérgio Malheiros, eles refletem sobre o que é o amor e até comparam com uma bola de sabão, que é bonita, frágil, mas que dá sempre para fazer mais. O que é o amor para você?
O que é o amor? A gente sempre leva para um lado da complexidade uma pergunta dessa, mas eu sinto que o amor é descomplicado, o amor é simples. Por exemplo, eu olho para a minha filha e vejo que ela é puro amor, e ela é mesmo. E aí eu sinto que a vida vai endurecendo a gente.
Como assim?
Os nossos traumas, as coisas, tudo que vai acontecendo. Por que é um momento tão lindo quando você nasce? Porque é um momento de puro amor, imagina, é fruto de um relacionamento ou mesmo, né, enfim, quando não nasce da gente, mas quando você se torna mãe, é um amor muito grande. E eu acho que esse amor você sente que é acima de tudo. E eu vejo que o amor está na simplicidade, está nas pequenas escolhas. Ele está numa parceria, ele está nas coisas que a gente mal vê, sabe, e eu acho que é por isso que se perde tanto e a gente vai se enrijecendo. Então eu acredito que o amor está na simplicidade, que ele é simples.
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