Fotógrafo brasileiro estava a poucos passos de presidente baleado nos EUA em 1981
Após presenciar o tiroteio, Sebastião Salgado vendeu suas fotos para centenas de jornais e revistas
O atentado que feriu Donald Trump na Pensilvânia traz à memória outros acontecimentos sangrentos envolvendo políticos norte-americanos diante das câmeras de TV. Ser testemunha ocular de um evento histórico é um privilégio a um jornalista.
O mineiro Sebastião Salgado estava no lugar certo, na hora exata: Washington, 30 de março de 1981, 14h25. Câmera a postos, o fotógrafo flagrou a tentativa de assassinato de Ronald Reagan, que ocupava a Casa Branca havia apenas dois meses.
Funcionário da agência Magnum, o brasileiro fazia fotos para uma matéria sobre os 100 dias de governo. Aos 37 anos, ele eternizou o momento em que John Hinckley Jr. disparou seis vezes na direção do presidente republicano. Uma das balas ricocheteou na lataria de um carro e atingiu o peito do político, que foi operado e sobreviveu.
O jovem problemático queria chamar a atenção da atriz Jodie Foster, por quem havia desenvolvido obsessão desde que a vira em ‘Taxi Driver’. No filme, ela interpretou uma prostituta de 12 anos protegida por um motorista que cometia um atentado contra um candidato à Presidência dos Estados Unidos.
As fotos tiradas por Sebastião Salgado foram vendidas a jornais e revistas dos quatro cantos do planeta. Com o dinheiro, ele fez sua primeira viagem à África para iniciar o projeto que o tornou famoso e reconhecido: registrar povos isolados e a beleza da natureza selvagem. Hoje, com 80 anos, ele é um respeitado ativista ambiental.