Frederico Lapenda: Trajetória de cinema
Pernambucano conta como realizou o sonho de virar produtor de sucesso nos EUA
A história do produtor Frederico Lapenda (41) poderia virar um filme. Nascido no Recife, desde criança ele sonhava em conquistar um espaço sob o sol da Califórnia e, aos 18 anos, decidiu que não esperaria o destino bater à sua porta. Sem falar nem uma palavra em inglês, com pouco dinheiro - vendeu uma moto e um carro para viajar -, mas com a cabeça cheia de sonhos, Lapenda embarcou para a meca do cinema mundial, Los Angeles, onde vive há 22 anos. "Meu objetivo era vencer. Não tinha outra opção", explica, na Ilha de CARAS. Hoje, dono da Paradigm, responsável por produções como o documentário Sequestro, rodado no Brasil e vencedor de dois troféus no 10th Beverly Hills Film Festival, ele não esquece as dificuldades que passou em sua trajetória e agradece diariamente cada conquista. "O cinema me abriu portas nos Estados Unidos. Penso em um dia voltar ao Brasil, mas ainda não é o momento", constatou ele. "A tendência é trabalhar em filmes cada vez maiores e encontrar roteiros que façam a diferença", completa o produtor. Em Angra, Lapenda contou como foi sua jornada no disputado meio cinematográfico americano. Após aprender inglês, ele ingressou na faculdade de cinema e começou a produzir shows de lutas de artes marciais para televisão e Pay-Per-View. "Percebi uma grande necessidade desse tipo de conteúdo e comecei, então, a organizar campeonatos de vale-tudo", diz ele. O sucesso foi imediato e Frederico teve a ideia de ampliar o projeto e criar um canal a cabo chamado Combat Channel, que transmitiria lutas 24 horas por dia. Antes de conseguir a verba, porém, foi chamado para uma reunião com Peter Guber (67), dono da produtora Mandalay Entertainment e ex CEO da Sony Pictures. "Ele me disse para não fazer o canal. Em seguida, me chamou para trabalhar como produtor dele. Este foi um grande marco na minha vida. Já havia lido tudo sobre ele, era um homem presente no meu imaginário porque veio do nada e conquistou tudo sozinho", lembra o pernambucano, que se tornou sócio de Peter alguns anos depois. Juntos, fundaram a Mandalay Independent, para filmes com orçamento de menos de U$ 20 milhões, custo baixo para o mercado de Hollywood. "Em 2004, senti necessidade de me desvincular e seguir a carreira sozinho. Continuei na sociedade, mas montei a minha empresa", relata ele, que logo lançou O Ataque das Loiras, em 2008, com Pamela Anderson (41), e O Jogo Perfeito, em 2009, com Clifton Collins Jr. (40). Agora, além do longa de ação Blood Out, com estreia no fim deste ano nos EUA, Frederico está envolvido na produção de um outro projeto, que será lançado em 2011 na TV americana. "Contarei a história de um famoso lutador de valetudo, o Matt Hall, que brigou na rua e hoje vive solitário na prisão de segurança máxima da Califória, a Pelican Bay", antecipa ele. Nos raros dias de folga, o produtor aproveitou para reavaliar sua bem-sucedida trajetória. "Para alguém que saiu do Recife, órfão de pai e sem falar inglês, acho que já consegui muita coisa. A gente sonha, mas nunca imagina aonde vai chegar. Quero mais, mas não posso negar que na história da minha vida já alcancei meus primeiros objetivos", orgulha-se Lapenda, que também já representa grandes marcas que sonham entrar no mercado brasileiro.