Gianecchini prova coragem ao posar com membro 'aquendado' como fazem travestis
A mais ousada versão de capa da revista ‘WOW’ parece ser uma resposta aos críticos que deslegitimam o ator na comunidade LGBT+
No ‘pajubá’, linguagem popular usada na comunidade LGBT+, aquendar significa esconder o órgão sexual masculino para disfarçar o volume. Uma prática comum entre travestis, drags, mulheres transexuais e cross dressers. Reynaldo Gianecchini surge ‘aquendado’ em uma das capas da nova edição da revista ‘WOW’.
Com os pelos pubianos à mostra, em simulação de uma vagina, o ator faz o gesto mais ousado da vida pessoal e da carreira desde que, em 2020, declarou “não sou gay, gosto de tudo” e logo depois se classificou como pansexual. No Instagram, ele postou a versão original da capa e uma montagem com a palavra 'censored' (censurado, em inglês) na região genital.
Nestes quatro anos, o artista foi duramente criticado (e ironizado) por LGBTs insatisfeitos com sua postura em relação à própria sexualidade e à não disposição de levantar bandeira. Virou alvo preferido de patrulhamento.
A imagem dele passou a ser ainda mais atacada após o anúncio de que estrelaria o musical ‘Priscilla, a Rainha do Deserto’, interpretando uma drag queen. Foi acusado de tomar o lugar de um ator mais engajado na causa. Sua escalação seria puro marketing, alegaram. Em cartaz no Teatro Bradesco, em São Paulo, o espetáculo é sucesso de público e crítica.
Em entrevistas, Reynaldo Gianecchini, de 51 anos, disse que se sentiu “bastante agredido” com a hostilidade on-line. Pediu mais acolhimento dentro da comunidade do arco-íris.
Entre as várias subdivisões que segregam os próprios LGBTs, o galã está no grupo dos ‘padrões’, ou seja, homens explicitamente bonitos (geralmente brancos), com corpo esculpido na academia e bom poder econômico. Um perfil visto como narcisista e excludente. Este estereótipo tóxico é mais um peso que o ator precisa carregar.
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