Globeleza vítima de racismo ressurge como estrela de campanha na Sapucaí

“Se cada um tem seu jeito, melhor conviver sem preconceito” diz trecho do samba ‘Delírios de um Paraíso Vermelho’, do Salgueiro, que desfilou na madrugada desta segunda-feira (20) na Sapucaí.

A letra está em sintonia com a vida de uma das musas da escola, a atriz e modelo Nayara Justino. Em 2014, ao ser eleita Globeleza em votação no ‘Fantástico’, ela se tornou alvo de execrável campanha racista.

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Nas redes sociais, foi chamada de “macaca”, entre outros insultos. A pele retinta, mais escura que a das Globelezas anteriores, gerou rejeição em significativa parte do público, ressaltando a intolerância associada ao colorismo na questão racial.

Após sofrer de depressão, deixar o posto e se afastar da mídia, Nayara ressurgiu no Carnaval de 2023 como embaixadora da marca de cosméticos Vult em campanha publicitária numa parceria com o Salgueiro. A “pretona”, como ela diz, deu a volta por cima.

Fora da Globo, a ex-Globeleza, hoje com 34 anos, participou da novela ‘Escrava Mãe’, na RecordT,V e venceu a segunda temporada do reality show ‘Power Couple’ na mesma emissora.

A Globo extinguiu a figura da Globeleza na cobertura do Carnaval em reação às críticas de objetificação do corpo feminino. Nos últimos anos, o canal implantou uma política de diversidade racial entre funcionários e na programação depois de décadas ignorando a importância da representatividade.