Harry Belafonte e espólio de Martin Luther King Jr. chegam a acordo
O espólio de Martin Luther King Jr. e o cantor e ativista norte-americano Harry Belafonte disseram nesta sexta-feira que chegaram a um acordo na disputa pela posse de documentos do falecido líder dos direitos civis, que ficará com o artista.
Belafonte havia processado o espólio por causa dos documentos que, segundo ele, lhe foram dados por King e sua mulher durante a sua longa amizade.
Os documentos são um esboço do discurso de King intitulado "Vítimas da Guerra no Vietnã", que Belafonte disse que estava em seu poder desde 1967, o "Discurso de Memphis", encontrado no bolso de King após seu assassinato em 1968 - e que ele não chegou a fazer -, e uma carta de condolências enviada pelo presidente Lyndon Johnson para a viúva de King.
Belafonte e o espólio de King afirmaram em uma declaração conjunta que chegaram a um compromisso confidencial pelo qual "o senhor Belafonte retém a posse dos documentos".
Eles disseram que não fariam mais nenhum comentário sobre o caso.
Belafonte, de 87 anos, conhecido como o "Rei do Calypso" por suas músicas de influência caribenha, era um amigo próximo e seguidor de King, que foi assassinado em Memphis, Estado do Tennessee.
No processo, aberto em outubro na Corte Distrital em Nova York, Belafonte pedia para ser declarado o proprietário dos três documentos e que o espólio de King e a filha mais nova dele, Bernice King, fossem impedidos permanentemente de tentar reclamar a propriedade.
O espólio de King e Bernice King contestaram a posse dos documentos de Belafonte quando o cantor enviou os itens para a casa de leilões Sotheby's, em Nova York, para serem avaliados e colocados à venda em 2008, segundo o processo.
(Reportagem de Ellen Wulfhorst)