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'Herdei a sorte de não estar gagá', declara Fernanda Montenegro sobre os 90 anos de idade

Atriz participou de programa 'Conversa com Bial' e falou sobre seu livro de memórias

4 out 2019 - 13h44
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Fernanda Montenegro foi entrevistada no programa Conversa com Bial nesta quinta, 3, e falou sobre o livro de memórias Prólogo, ato, epílogo, feito com a jornalista Marta Góes, que também esteve no programa.

A atriz relembrou os principais momentos da carreira e falou que a dramaturgia também vive seus dramas, sobretudo quando a situação política e social de um país é delicada.

"O ator é tão poderoso, a atriz é tão poderosa, que, quando tem crises de caráter de atendimento a cultura, a cultura teatral, quem leva sempre a culpa é o ator. Na crise toda da Lei Rouanet, por exemplo, sobrou para nós atores. E isso não tem nada a ver conosco aqui", desabafou.

Filha de imigrantes, Fernanda Montenegro afirma que decidiu escrever o livro de memórias para que os netos não perdessem parte importante da história da família.

"Eu tive filho tarde, Nanda (Fernanda Torres) e Cláudio tiveram filhos tarde também e aí vai se perdendo de onde a gente veio e como esses antepassados chegam aqui. Esse País crava na gente a brasilidade, logo na primeira geração. Quando nasci, minha mãe tinha 20 anos de brasileira, meu pai tinha 27 anos de brasileiro. E ninguém era mais brasileiro do que eles", relembra.

Sobre o fato de conseguir se lembrar das histórias para escrever o livro, Fernanda respondeu: "Herdei a sorte de não estar gagá".

Marta Góes esteve com a atriz em 18 encontros. O resultado disso: 45 horas de gravação e que foram compiladas na obra.

"Todo dia que eu chegava na casa dela, a mesa estava recheada de fotografias da vida toda que ela revirava e aquilo já ia provocando lembranças", contou a jornalista.

Em entrevista ao Estado em setembro, Fernanda Montenegro falou mais sobre o reflexo da crise política na cultura brasileira.

Assista ao vídeo:

Estadão
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