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Influenciadores banalizam a própria imagem ao postar tudo o que ganham e compram

Ninguém aguenta mais o show de ostentação e futilidade baseado no ‘sou o que eu tenho’

22 dez 2022 - 11h05
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“Para ser popular é indispensável ser medíocre”, escreveu o dramaturgo irlandês Oscar Wilde, autor de um romance clássico a respeito do narcisismo patológico, ‘O Retrato de Dorian Gray’. 

A frase poderia constar na descrição do perfil de inúmeras celebridades, especialmente certos influenciadores digitais. Em busca de fama cada vez maior, eles praticam a banalidade ao extremo. 

São produtores de conteúdo que, na verdade, geram apenas frivolidade para autopromoção. Não constroem nada, raramente propõem uma ideia, somente se exibem. Ostentar é a regra. 

Nos últimos dias, a imprensa — estimuladora e refém deste perfil de personalidade — destacou o post de uma famosa apresentando o carro novo de R$ 1,3 milhão. Numa rede social, a irmã de uma ex-participante de reality show mostrou a fatura de R$ 93 mil do cartão de crédito. 

Exemplos do cabotinismo tão comum nesse meio midiático. A maioria dos famosos do universo virtual sente a necessidade de compartilhar cada compra, presente e permuta. A vida deles gira em torno do poder econômico conquistado com as visualizações dos vídeos e likes. 

Não têm nenhum pudor em louvar o luxo. Vestem-se de etiquetas caras da cabeça aos pés na tentativa (geralmente inútil) de exalar alguma sofisticação. Na verdade, são reféns de marcas e modismos. Meros manequins vivos. 

Muitos deles demonstram desespero em disfarçar o vazio existencial e a falta de discurso interessante. Por isso, recorrem aos bens materiais: ocultar a ausência de talento, criatividade e carisma. São o que vangloriam ter — e nada mais. 

Tornam-se ídolos de gente que vê na superexposição uma virtude. Na verdade, tal comportamento é um atestado de cafonice. Pessoas genuinamente elegantes são discretas. Gente bem-resolvida não precisa contar vantagem para se sentir melhor que os outros. 

Nunca foi pecado ser milionário, consumista e gostar de artigos caros. A heresia está em se reduzir a isso. Quem está seguro do próprio valor não sente a necessidade de ressaltar a cifra da conta bancária e o estilo de vida elitista. Preservar a intimidade é chique. 

A casta de influenciadores ricos não deve tratar o sucesso com vulgaridade. Até porque, após tanto exibicionismo, nada mais vai impressionar nem repercutir. No fim, o que sobra — e aquilo que realmente importa — é a pessoa atrás da máscara de celebridade.

Kim Kardashian, a rainha dos influenciadores: o que sobra embaixo da superexposição?
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Foto: Reprodução
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