João Carreiro quebrou tabu ao se afastar dos palcos para tratar depressão e TOC
Vítima de complicações de cirurgia aos 41 anos, sertanejo criava imagens de pessoas queridas tentando fazer mal a ele
Estamos no Janeiro Branco, mês de conscientização sobre a importância dos cuidados com a saúde mental. Milhões de brasileiros sofrem calados, sem diagnóstico e tratamento de seus transtornos, por medo de se expor.
Doenças ligadas às emoções ainda carregam pesado preconceito. A pessoa afetada pode ser vista como ‘fraca’ ou ‘maluca’ e ser alvo de exclusão social na família, no trabalho e entre amigos.
Por isso, é tão importante que personalidades midiáticas falem a respeito de saúde mental. O cantor e violeiro João Carreiro, morto aos 41 anos por complicações de cirurgia cardíaca, teve coragem de romper o silêncio ao revelar sofrer de depressão e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
“Na época, fiquei muito mal. Minha dupla estava no melhor momento da carreira”, contou João no ‘Encontro’, ainda com Fátima Bernardes, em maio de 2018. “Ninguém entendeu aquilo, nem a família e os amigos próximos.”
Mesmo fazendo parte de um universo machista como o sertanejo, o artista teve a coragem de procurar ajuda médica. “Quando fui me consultar com o psiquiatra, ele falou ‘você tem de parar hoje, não tem condição nenhuma de ir para a estrada’. Isso era setembro, a gente tinha agenda (de shows) até dezembro.”
João Carreiro chegou ao ponto de acreditar que parentes iriam fazer mal a ele por conta de seu estado fragilizado. “Eu via as pessoas que me amavam me matando, judiando de mim. E achava que aquilo era muito real.”
No auge do problema, o cantor precisou tomar antidepressivo, ansiolítico e antialucinógeno. “O que me ajudou muito foi a fé, praticar esporte e a família, alicerce de tudo.”
Atenção: em caso de sofrimento emocional, você pode ligar gratuitamente para 188. Os atendentes do CVV (Centro de Valorização da Vida) estão disponíveis 24 horas para conversar, sem julgamentos ou críticas, respeitando os sentimentos de quem procura ajuda. Busque tratamento especializado com psicólogo ou psiquiatra para garantir sua saúde mental.