Luiza Possi planeja aposentadoria da música: "Não sei até quando vou fazer shows"

A cantora Luiza Possi, de 39 anos, está em um momento profissional de muito trabalho. Enquanto viaja o País com sua turnê focada na música pop, ela lançou no último mês a canção 'Não Faz Sentido', faixa em colaboração com Elana Dara. Há pouco tempo de seu debut, o clipe da música no Youtube já soma mais de 73 mil visualizações - e segue contando.

Apesar do bom posicionamento no mercado fonográfico, Luiza Possi não deixa de se preocupar com o futuro. Ao Terra, ela contou que pretende garantir conforto para seus filhos, Lucca e Matteo, e para sua mãe, Zizi Possi. Para isso, a artista tem investido em sua marca de cosméticos e em franquias do ramo alimentício. 

Notícias relacionadas

Rodrigo Hilbert faz sua própria chapa de hambúrguer; veja mais 4 invenções

Thais Carla critica comparações com Jojo Todynho: 'Ela quer ser magra'

Filipe Ret sobre ostentar dinheiro e carrões: "Não roubei, não preciso me esconder"

"Me preparo muito para isso [futuro]. Quero dar um futuro brilhante para os meus filhos, uma segurança financeira para eles, para mim, para minha mãe. E para isso não conto só com a música, não, até porque a música precisa de mim e eu não sei se eu vou poder estar sempre lá", admite. "Eu posso envelhecer numa boa e continuar nesse trabalho [empresarial]. Já a música eu não sei até quando eu vou ter condição de poder fazer shows, de poder me locomover, de fazer isso sem que isso seja uma dificuldade para mim".

Atualmente, a cantora tem uma linha de cosméticos, com shampoo, creme, máscara, óleo e perfume de cabelo em seu catálogo. Para além do ramo da beleza, ela tem desbravado, a partir da equipe responsável por suas finanças, o universo das carnes, em parrillas, açougues e franquias de mercado.

O investimento em franquias, inclusive, não seria a primeira a fazer um movimento como esse. Xuxa Meneghel, por exemplo, investiu na EspaçoLaser e Caio Castro na Black Beef.

"Estou adorando entrar no mercado de franquias, criar outras coisas que não dependam da minha presença e da minha saúde física", revela.

Em entrevista ao Terra, Luiza Possi ainda falou sobre como a maternidade a ajudou na depressão, a convivência com a pressão estética e seus próximos passos na música. Veja a entrevista completa a seguir!

'Não Faz Sentido' é o último lançamento de 'Luiza Pop'. Sente como se estivesse fechando um ciclo?

Ah, eu sinto como se eu tivesse aberto uma nova Era, na verdade, uma nova fase. Fechando um ciclo pelo álbum, mas deixando em aberto toda uma Era nova, de uma nova sonoridade para a minha carreira, que é uma sonoridade mais pop, mais eletrônica e que vai ter continuidade.

Você colaborou com grandes nomes da música neste projeto. Lulu Santos, Grag Queen e Wanessa são alguns deles. O que tira de toda essa experiência? 

A experiência de que eu gosto muito de colaborar, eu gosto muito de fazer música junto de outras pessoas, de estar junto com outros artistas, de me envolver, de misturar. Acho que a palavra de ordem de hoje em dia é misturar. E isso, para mim, foi sensacional. 

Tem também a 'Festa da Luiza', uma turnê dedicada a essa fase. Como o público tem recebido esse projeto nos shows?

A 'Festa da Luísa' é uma delícia. É uma playlist aberta de tudo que eu mais gosto de dançar, de cantar. É uma fase muito feliz, de celebração, e eu estou muito contente de colocar no palco tudo isso. Dançar, cantar, ficar junto de todo mundo. É uma delícia.

Você expôs há algum tempo que foi diagnosticada com depressão. Como lida com essa questão na sua rotina e no seu trabalho?

Olha, nesse momento, estou aqui com o meu amorzinho, com o Lucca [filho caçula] me dando um monte de beijinhos. Não tem como ficar deprimida. É uma delícia essa fase nova de ser mãe. Mas, ao mesmo tempo, é conturbado. A gente faz tudo ao mesmo tempo. Eu me trato com psiquiatra, me trato com terapeuta, faço todo um acompanhamento médico. Acho que depressão é coisa séria, que a gente não pode subestimar. Acho que a minha maior luta é essa. [Quando falei sobre na internet] é porque precisamos combater o preconceito em relação a tratar da saúde mental. A gente tem que colocar isso na nossa rotina.

Você falou do seu filho. Como a família colabora no seu quadro de saúde mental?

A família me ajuda muito nesse processo. Acho que acabei respondendo antes [risos]. Porque, às vezes, podemos ouvir que é frescura, mas é uma doença. Existe isso ainda, infelizmente. Existe muita gente falando para eu parar de tomar os remédios ou de tomar muito remédio sendo que tem todo um tratamento por trás. Às vezes, a pessoa precisa mesmo daquele remédio. Não entendo porque as pessoas têm tanto preconceito com isso e não têm preconceito com o remédio do coração. Remédio de depressão é tão importante quanto. 

Você é personalidade pública desde cedo. Em qual momento foi pega pela pressão estética?

Hoje em dia está tudo mais leve para mim. Acho que eu estou mais dentro de um padrão, então não estou sendo tão atacada. Mas fico muito louca quando vejo pessoas sendo atacadas por gordofobia, por homossexualidade, acho o fim da linha as pessoas se meterem tanto na vida do outro. Acho que as pessoas têm que apontar mais para o próprio umbigo. Bob Marley já dizia: "Quando você aponta um dedo para o outro, tem três apontados para você". Então, acho que a gente tem que olhar, as pessoas têm que olhar mais para si mesmas do que ficar apontando o dedo para os outros.

Você já esteve fora do padrão. Hoje você tem mais medo de engordar ou emagrecer?

Eu acho que o meu receio de emagrecer demais ou engordar demais atualmente é mais sobre mim mesma, por todos os problemas que esses extremos me causaram. Hoje em dia eu entendo isso como uma pressão pessoal que é mais tranquila que uma pressão externa.

Mas, de fato, é muito chato quando as pessoas ficam comentando sobre o teu corpo. Acho que isso deveria ser proibido. Acho que as pessoas deveriam ser multadas cada vez que falassem do corpo da outra pessoa como uma imposição. 

Você é adepta da meditação, alinhamento de chakras, ho'oponopono e também auto-hipnose. Como essas práticas entram na sua rotina?

Ah, antes de dormir eu faço ho'oponopono, faço auto-hipnose para o sono, faço alinhamento para os chakras. Sempre antes de dormir eu coloco meu fonezinho e isso é sagrado. Essas técnicas entraram na minha vida porque em uma época [depressiva] eu precisei de recursos para lidar com uma série de dificuldades, familiares, enfim, judiciais. Eu precisei de auto-ajuda e a auto-ajuda ajuda mesmo. E a minha terapeuta, que é a mesma, há 13 anos, sempre me indicou alguns caminhos que para mim foram fundamentais. 

Além da música, você é uma mulher empreendedora. Como você se prepara financeiramente para o futuro?

Tenho hoje uma linha de cosméticos, de shampoo, de creme, de máscara, óleo, perfume de cabelo. Estou entrando no mercado de carnes também, no mercado de parrilla, açougue, mercado de franquias. Me preparo muito para isso [futuro], porque quero dar um futuro brilhante para os meus filhos, uma segurança financeira para eles, para mim, para minha mãe [Zizi]. E para isso eu não conto só com a música, não, porque a música precisa de mim. E eu não sei se eu vou poder estar sempre lá, mas os produtos não precisam de minha presença. 

Como está sendo a experiência de trabalho fora da música? 

Estou adorando criar uma marca de cosméticos, estou adorando entrar no mercado de franquias, estou adorando criar outras coisas que não dependam da minha presença física e da minha saúde física. Eu posso envelhecer numa boa e continuar nesse trabalho. Já a música eu não sei até quando eu vou ter condição de poder fazer shows, de poder me locomover, de fazer isso sem que isso seja uma dificuldade para mim.