MC é preso minutos antes de show por suspeita de integrar e promover grupo criminoso
MC PQD foi preso minutos antes de se apresentar em um evento no bairro Olaria, no Rio de Janeiro; defesa nega as acusações
Um cantor de funk, de 39 anos, foi preso suspeito por integrar e promover um grupo criminoso com atuação no Rio de Janeiro e no Ceará. A captura de José André Ferreira Costa Júnior, o MC PQD, ocorreu no bairro Olaria (RJ), em uma ação conjunta das polícias civis do Ceará e do Rio de Janeiro. A defesa do artista nega as acusações.
De acordo com as investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), unidade especializada da Polícia Civil do Ceará, o MC é suspeito de integrar um grupo criminoso no Rio de Janeiro.
A Polícia Civil informou ao Terra que apurações apontam que o cantor publicava vídeos em suas redes sociais fazendo apologia ao crime, utilizando armas longas, colete balísticos e símbolos associados a um grupo criminoso com atuação também no Ceará.
Ainda conforme levantamentos policiais, em um site, José André compartilhou um áudio saudando chefes do grupo com atuação no estado cearense, além de cantar músicas que também faziam referências à essa organização criminosa. Diante disso, um mandado de prisão preventiva foi solicitado pela autoridade policial ao Poder Judiciário cearense.
A ação contou com o apoio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que promoveu a integração e viabilizou a troca de informações entre as polícias civis do Ceará e do Rio de Janeiro.
Após troca de informações entre ambas as polícias, o MC foi localizado e preso às duas horas da madrugada deste sábado, 21, quando estava a caminho de um baile funk, onde iria se apresentar. As equipes interceptaram o veículo do suspeito e realizaram a abordagem no bairro Olaria, no RJ. O automóvel e o celular do investigado também foram apreendidos.
José André foi conduzido para uma unidade policial, onde os policiais civis deram cumprimento ao mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça do Ceará pelo crime de integrar organização criminosa. Ele foi colocado à disposição do Poder Judiciário.
As investigações da Polícia Civil cearense seguem em andamento com o objetivo de identificar outros alvos envolvidos em ações criminosas de grupos atuantes no Ceará e em outros Estados.
Ao Terra, a advogada Sara Lopes, que representa o artista, afirmou que as acusações feitas contra o cantor, além de gravíssimas, não são verdadeiras, e que isso ficará comprovado ao final do processo. "Infelizmente, não é a primeira vez que assistimos cantores de rap e funk terem seus nomes e imagens vinculadas como se participassem do tráfico de drogas - posição que só revela um racismo estrutural presente em nossa sociedade", disse ela.