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Medo de câncer leva Angelina Jolie a remover ovários

24 mar 2015 - 08h59
(atualizado às 08h59)
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A estrela de cinema Angelina Jolie, ganhadora do Oscar, disse que teve seus ovários e trompas removidos para evitar o risco de câncer de ovário, doença que matou sua mãe aos 56 anos.

A atriz fez o anúncio em um artigo publicado nesta terça-feira no New York Times, quase dois anos depois de ter sido submetida a uma mastectomia dupla, após ter sido informada que corria alto risco de câncer de mama.

Ativista em prol dos direitos humanos, Jolie, de 39 anos e mãe de seis crianças, disse ter concluído que deveria ir a público falar às outras mulheres sobre as opções disponíveis para elas.

"Eu me sinto feminina, e alicerçada nas escolhas que estou fazendo para mim e minha família. Sei que meus filhos nunca vão precisar dizer que a mãe ‘morreu de câncer de ovário’", escreveu Jolie.

O procedimento provoca a menopausa, acrescentou. "Eu não vou ser capaz de ter mais filhos, e prevejo algumas mudanças físicas. Mas eu me sinto à vontade com o que virá, não porque eu seja forte, mas porque isto faz parte da vida. Não é nada a ser temido."

Jolie, que também perdeu a tia e uma avó para o câncer, foi submetida a uma salpingo-ooforectomia bilateral, por laparoscopia, na semana passada, depois de exames de sangue revelarem possíveis indícios de câncer precoce.

A atriz disse que os médicos afirmaram que ela possuía um risco de 50 por cento de câncer de ovário, devido a uma mutação genética herdada.

Seu marido, o ator Brad Pitt, viajou da França para os Estados Unidos ao lado dela, depois de ter-lhe contado sobre os exames,  escreveu. "A coisa bonita sobre esses momentos na vida é que há tanta clareza. Você sabe por que vive e o que importa. É polarizador, e é tranquilo", acrescentou.

Jolie ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante no filme  "Garota, Interrompida", de 1999. Ela baseou a sua decisão anterior de passar por uma mastectomia dupla na informação de que havia um risco de 87 por cento de desenvolver o câncer de mama.

Seu anúncio da decisão em um artigo no New York Times em maio 2013 foi amplamente elogiado por celebridades, sobreviventes de câncer e profissionais médicos, pela transparência com que tratou o assunto.

No artigo desta terça-feira, intitulado "Diário de uma cirurgia", ela afirmou que não havia sinais de câncer no tecido removido e um DIU com progesterona foi inserido em seu útero para ajudar a manter o equilíbrio hormonal e prevenir câncer de útero.

"Não é possível remover todos os riscos, e o fato é que eu permaneço propensa ao câncer", disse ela.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos diz que aproximadamente 20 mil mulheres têm câncer de ovário e cerca de 14.500 morrem da doença a cada ano no país.

(Reportagem de Curtis Skinner, em San Francisco)

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