Morte de jovens atores gera dramaticidade extra a 2021
A notícia do fim precoce de uma celebridade reforça em nós a noção da efemeridade da vida
O ano não acabou, mas já está entre os mais trágicos dos últimos tempos no meio artístico. Houve a perda de veteranos considerados ícones da TV, como Eva Wilma (87 anos, de câncer), Tarcísio Meira (85 anos, por covid-19), Paulo José (84 anos, de pneumonia), Sergio Mamberti (82 anos, falência múltipla de órgãos), Luis Gustavo (87 anos, câncer) e Marina Miranda (90 anos, complicações do Alzheimer), entre outros.
Este 2021 também fez o público se despedir de jovens talentos no auge do sucesso ou a caminho do sonhado estrelato. No domingo (3), a notícia da morte do comediante Caike Luna, aos 42 anos, vítima de um Linfoma Não-Hodgkin, encheu as redes sociais de lamentos e homenagens.
Com a mesma idade, em setembro, partiu Luiz Carlos Araújo, ator respeitado do teatro musical e com atuações em novelas do SBT. Sua morte suspeita suscitou várias teorias. Ao final da investigação, a polícia concluiu ter acontecido uma asfixia acidental.
Também com 42 anos, Paulo Gustavo saiu de cena em maio na condição de mais bem-sucedido humorista das últimas décadas. Seus programas de TV e comédias no cinema mobilizaram milhões de pessoas e deram lucros recordes. Ele foi um dos vários famosos mortos pela covid-19.
Pela mesma doença, Kleber Lopes se foi aos 39 anos em março. O humorista interpretava o cantor Rick Marcos em 'A Praça é Nossa'. Dias depois, os fãs ficaram chocados com a morte de Leo Rosa, 37 anos, galã de tramas da Record. Um câncer nos testículos pôs fim a seus sonhos.
Outra comoção surgiu com o falecimento da atriz Mabel Calzolari, de apenas 21 anos, em consequência de doença rara na medula. Conhecida por ter atuado em 'Malhação' e 'Orgulho e Paixão', ela deixou um filho de 1 ano.
A chamada morte precoce, na juventude, provoca perplexidade e contestação. Por que tão cedo? Ganha carga extra de dramaticidade quando atinge pessoas com fama, sucesso e a perspectiva de grandes conquistas.
De repente, o fim. Essas mortes de difícil assimilação provocam um choque de realidade em todos nós. Ressaltam o imponderável, a fragilidade humana, a inexistência de lógica ao tentar compreender o destino de cada um.
A quem fica, resta aproveitar cada segundo de existência sem se deixar atormentar pela finitude que vai se impor cedo ou tarde. “Condenados à morte, condenados à vida, eis duas certezas”, escreveu o poeta francês Alfred de Vigny.