"Não tenho inclinação para loucuras", diz 'nora' de Beckham
Aos 17 anos, atriz Chloë Grace Moretz conta que se surpreende ao ver personagens difíceis que interpretou na infância
A maldição que muitas vezes cai sobre os atores mirins de Hollywood, fazendo deles profissionais esquecidos e frustrados na fase adulta, não assusta Chloë Grace Moretz, que vive um relacionamento com Brooklyn Beckham, filho de Victoria e David Beckam.
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Aos 17 anos, a garota nascida em Atlanta, na Georgia, já traz cerca de 50 títulos na bagagem e planeja frequentar os sets de filmagem "até ficar velhinha". "Se não me chamarem mais para atuar, posso me tornar roteirista, diretora ou produtora. O que não quero é deixar o business do cinema. Nasci para isso", diz a atriz precoce.
Aos cinco anos, ela já imitava o irmão mais velho, Trevor Moretz (aluno da Professional Performing Arts School de Nova York, na época), repetindo as falas das peças que ele ensaiava em casa. "Ninguém me pediu para decorar os diálogos. Foi algo que eu comecei a fazer instintivamente", lembra a atriz, mais conhecida pelas performances em Horror em Amityville (2005), Kiss-Ass: Quebrando Tudo (2010), A Invenção de Hugo Cabret (2011), Sombras da Noite (2012) e pelo remake de Carrie: A Estranha (2013).
Seu filme mais recente é Se Eu Ficar, em cartaz no Brasil a partir desta quinta, dia 4. Inspirado no livro de Gayle Forman, que já vendeu mais de 2,4 milhões de cópias ao redor do mundo, o roteiro segue os passos de jovem violoncelista que faz um balanço de sua vida ao entrar em coma.
Após acidente de carro, que mata toda a sua família, a alma da garota sai do seu corpo e perambula pelo hospital - até decidir se vale a pena continuar viva. "Aproveito os personagens que interpreto para olhar mais profundamente para mim mesma." A seguir, principais trechos de entrevista, concedida em Los Angeles.
Terra: Sendo tão jovem, como se sentiu encarnando personagem à beira da morte?
Chloë Grace Moretz:
Eu não me importei. Talvez isso queira dizer que não tenho medo da morte. Quando penso nisso, imagino que vou reencontrar a minha avó e a minha irmã, que já faleceram, e isso me deixa feliz. Morrer faz parte da vida. Não deve ser algo tão assustador quanto pintam.
Terra: Sua personagem descobriu cedo a paixão pela música. E você, pela interpretação.
C.G.M.:
Nesse sentido, foi muito fácil entender a personagem. Eu despertei como atriz aos cinco anos, enquanto ela descobriu o violoncelo aos oito. Enquanto a maioria das crianças estava apenas aprendendo a ler, eu já queria interpretar. Eu só pensava nisso. Mais tarde, aos 11 anos, eu me lembro perfeitamente de comentar com a minha mãe que eu queria seguir carreira nas artes dramáticas.
Terra: O que acha que pode ter perdido de uma infância normal, por ter crescido nos sets, trabalhando?
C.G.M.:
Tive uma infância bonita e interessante, pois aprendi muitas outras coisas da vida nos sets. Também pude conhecer ainda criança vários lugares do mundo, onde filmei. Como sempre tive professor particular, obviamente perdi a convivência com outras crianças na escola, aquela fase em que fazemos muitos amigos. Mas fiz as minhas amizades mesmo assim, ainda que fora do circuito escolar.
Terra: Costumam chamar você de "old soul" (alma de velha, na tradução literal). Você se considera mais madura que as garotas da sua idade?
C.G.M.:
Acho que sim. Sempre fui precoce. Desde muito cedo eu conseguia entender os aspectos mais complexos da vida. Nem saberia explicar como. Mas foi o que aconteceu. Quando olho para trás, eu mesma me surpreendo ao ver personagens difíceis que eu interpretei quando era criança, tendo uma espantosa clareza de pensamento e de sentimentos na ocasião.
Terra: Foi duro aprender a lidar com a fama tão cedo?
C.G.M.:
Não. Minha família é meu alicerce. O que conta a meu favor é que não tenho inclinação para fazer loucuras. Sou uma garota normal.
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