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'No palco, beijando e cheia de tesão pela vida': Cissa Guimarães reflete sobre carreira e vida pessoal

Atriz de 'Doidas e Santas' e apresentadora contou sobre reinvenção profissional aos 67 anos e falou sobre memória do filho Rafael

22 jul 2024 - 11h35
(atualizado às 12h19)
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Cissa Guimarães em foto antiga ao lado de seu filho, Rafael Mascarenhas
Cissa Guimarães em foto antiga ao lado de seu filho, Rafael Mascarenhas
Foto: Instagram / @cissaguimaraes / Estadão

Cissa Guimarães afirmou, aos 67 anos, ser uma mulher interessada em reinventar-se profissionalmente e, sobre sua vida pessoal, disse continuar "beijando na boca e cheia de tesão pela vida".

Em entrevista divulgada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira, 22, ela também refletiu sobre a memória de seu filho Rafael Mascarenhas, morto em 2010, aos 18 anos, após ser atropelado enquanto andava de skate no Rio de Janeiro. Segundo Cissa, ela mantem uma conexão espiritual e diária com ele. 

"(Conversamos) todo dia, de manhã e de noite. Digo: 'Obrigada, meu filho. Por esse amor e por tomar conta de mim'. Agora... esperar que eu seja 100% feliz... Não vou ser mais. Estou sendo 80%. Tenho Tomás, João, todos os netos amigos, famílias do trabalho. E tenho o Rafa, que só trocou de lugar. Ao invés de estar fora, está dentro de mim", contou ao jornal.

Na entrevista, ela também deu detalhes de seus trabalhos mais recentes. Conhecida por sua reinvenção profissional, a artista contou como é ser apresentadora do "Sem Censura" enquanto concilia trabalhos como atriz, já que ela segue em turnê com a peça "Doidas e Santas". O espetáculo estrelado por Cissa está em cartaz no Teatro PRIO, na Zona Sul carioca.

Cissa Guimarães na bancada do programa 'Sem Censura' (agora repaginado), da TV Brasil
Cissa Guimarães na bancada do programa 'Sem Censura' (agora repaginado), da TV Brasil
Foto: Reprodução/ Instagram @cissaguimaraes @tvbrasil / Estadão

"Entrar em contato com a renovação, as inseguranças... Na estreia, no agradecimento final, virei e meu salto prendeu no tapete. Me 'estabaquei' no chão. Ri pra caramba e disse: 'Se alguém postar uma foto minha...' Todo mundo aplaudiu. A peça estreou em abril de 2010, e o Rafa fez a passagem em julho. Voltei aos palcos com 15 dias. Por isso, digo com autoridade: o teatro salva. Essa equipe foi minha segunda família. Me manteve viva e respirando. (...) Fico orgulhosa, a peça é um fenômeno, são 14 anos em cartaz. A turnê de 10 anos era para ter sido em 2020, mas veio a pandemia. Tenho sentido frio na barriga e estou achando maravilhoso ficar neste estado de nervos", disse.

Sobre o programa de TV Sem Censura, que passou a comandar este ano, ela disse que não viu vídeos das apresentadoras anteriores. "Falei: "Vou fazer do meu jeito". Que jeito é esse? Também não fiquei ensaiando, foi sendo, fui descobrindo... Aí veio o texto da Marta Medeiros, a crítica da Kogut... Eu ia lendo e pensando: 'Meu pai sagrado, que p*** é essa?'. Juro que não esperava mesmo. Estou muito feliz. Fico nervosa, minha mão sua...".

A apresentadora Cissa Guimarães e o filho João
A apresentadora Cissa Guimarães e o filho João
Foto: Instagram/@joaovelhaco / Estadão

Durante a conversa, Cissa também fez questão de reforçar sua posição a favor do empoderamento feminino e refletiu sobre as conquistas e desafios das mulheres. Ela lembrou que, quando idealizou a peça, estava prestes a completar 50 anos e que, desde então, mulheres desta idade passaram a serem vistas com outros olhos pela sociedade. "Uma mulher de 50 anos era uma senhorinha. Agora, tenho 67. A mulher de 60 hoje é a de 50 de 10 anos atrás. Tô aí, fazendo teatro, o Sem Censura, beijando na boca, cheia de desejo. Não só à libido sexual, mas tesão, pulsão de vida de que Freud tanto falava.", disse.

"Conquistamos espaços, mas falta muito. Há muitas mulheres submissas. Beatriz, minha personagem (na peça), está casada há 40 anos. Tem o trabalho dela, mas... o marido nunca diz eu te amo. Ela tem uma vida sexual espaçada. Não se sente amada e suporta isso. Aquela coisa: 'Sou casada, tenho um homem para chamar de meu, filhos, trabalho, tá tudo certo'. Às vezes, não está. Hoje mulheres se submetem menos a padrões culturais de status de relacionamento pelo rótulo, por imposições da sociedade", refletiu.

Cissa reconhece a importância e o desafio que é levar alegria às vidas de outras pessoas, mesmo em momentos difíceis de sua trajetória, como após a morte de Rafael. "Nos momentos em que fiquei mais triste, em que não via sentido na vida, me perguntava: "Pra quê estou aqui?". Aí, pensava: "Pra levar alegria aos outros". Não tem um dia em que não faça alguém dar gargalhada. Faço palhaçada no telefone com filho, netos...", concluiu.

Fonte: Redação Terra
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