Patricia Perissinotto tratava câncer no cólon; entenda a doença
Tipo de câncer é um dos mais comuns e que mais matam homens e mulheres no Brasil
Andreas Kisser, líder da banda Sepultura, informou neste domingo, 3, a morte de sua esposa, Patricia Perissinotto, de 52 anos. Ela tinha três filhos, era madrinha do filho de Sandy e lutava contra um câncer de cólon.
Nas redes sociais Patrícia não falava sobre seu quadro de saúde. Pelo contrário, sua última postagem era uma homenagem de Dia dos Namorados a Andreas. "O caminho é muito mais leve com você ao meu lado", escreveu a matriarca, à época, no Instagram.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tipo de câncer que Patrícia tratava é dos mais comuns no Brasil e afeta cerca de 40,9 mil pessoas no país, sendo 20,5 mil homens e 20,4 mil mulheres (2020). O número de mortes perpassa por 20,2 mil, sendo 9,8 mil homens e 10,3 mil mulheres, segundo o Atlas da Mortalidade por Câncer de 2020.
"O câncer colorretal nada mais é que um tumor que se desenvolve no intestino grosso. Ele está em segundo lugar no ranking dos tumores malignos mais frequentes, além de ser o que mais mata no país, tanto para os homens, quanto para as mulheres", explica Renata D'Alpino, oncologista e líder de especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas.
Quais os sintomas câncer de cólon?
Muitas vezes o tumor só é descoberto tardiamente, quando surgem sintomas mais severos. Entre eles, estão anemia, constipação ou diarreia sem causas aparentes, fraqueza, gases e cólicas abdominais, e emagrecimento.
De acordo com a médica Renata D'Alpino, apesar de o sangue nas fezes ser um indício inicial de que algo não vai bem na saúde, muitas pessoas costumam creditar essa ocorrência a outras causas convencionais, como hemorróidas. Com isso, acabam postergando a busca por aconselhamento e a realização de exames específicos.
"Isso faz com que muitas pessoas só descubram o câncer em estágios avançados", explica.
Como prevenir o câncer de cólon?
Especialistas recomendam a vigilância com a saúde e frequência de "rastreio ativo". A partir dos 50 anos, em particular, aumenta para 18% a 36% a chance de apresentar tecido anormal, causador do câncer de cólon. Isso representa um risco maior de tumores malignos.
De acordo com a médica Renata D’Alpino, a principal forma de diagnóstico e prevenção é através do exame de colonoscopia, em que um tubinho flexível com uma câmera na ponta é introduzido no intestino. As imagens revelam se há presença de alterações e permitem, inclusive, remoção do tecido anormal.
"Esse procedimento é capaz de identificar problemas mais graves e silenciosos, como o caso do câncer, além da doença de Crohn e retocolite ulcerativa", comenta.
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda o rastreio do câncer de cólon e reto a partir dos 50 anos na população adulta, mas há países que já orientam a redução para 45 anos.
Como tratar o câncer de cólon?
Como em outros casos, quanto mais precoce o diagnóstico, maior as chances de cura. O câncer de cólon, inclusive, pode ser evitado na fase pré-cancerosa, através da retirada dos pólipos [tecido anormal] por colonoscopia. Com o procedimento, é possível impedir o desenvolvimento do câncer.
Em casos diferentes, quando o câncer é diagnosticado, de fato, existem dois tipos de tratamentos que podem ser realizados. Os primeiros são os tratamentos locais, como cirurgia, radioterapia, embolização e ablação, que agem diretamente no tumor primário ou em metástases isoladas, sem afetar o restante do corpo. Os demais são os tratamentos sistêmicos, como quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo, que podem ser realizados via drogas orais ou via inleções na veia.
*Com edição de Estela Marques.