Paulo Coelho de polêmica: "Águas passadas não movem moinhos"
Nova biografia do cantor sugere que ele entregou o autor de 'O Alquimista' para a ditadura militar, mas Coelho não confirma as informações
Paulo Coelho usou suas redes sociais para se manifestar sobre uma nova polêmica envolvendo sua relação com Raul Seixas. Uma biografia do cantor sugere que Raul entregou Coelho para os militares durante a ditadura brasileira. "Fiquei quieto por 45 anos. Achei que levava segredo para o túmulo", falou o escritor, retuitando uma matéria do jornal Folha de S. Paulo que se refere ao episódio.
Ao comentar um tuíte de um fã que propunha "cancelar" Raul (o termo usado na web quando fãs e colegas discordam da atitude de uma personalidade ou artista), Coelho ainda comentou: "Não faça isso. Eu vi os documentos que Jotabê me enviou, já tinha conversado com Raul a esse respeito (um dia que ele estava, digamos...) e águas passadas não movem moinhos".
Não faça isso. Eu vi os documentos que Jotabê me enviou, já tinha conversado com Raul a esse respeito (um dia que ele estava, digamos...) e águas passadas não movem moinhos https://t.co/2KoaUeQeUb
— Paulo Coelho (@paulocoelho) October 23, 2019
Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida, o novo livro do jornalista Jotabê Medeiros, tem lançamento previsto para o próximo dia 1.º pela editora Todavia. Segundo a reportagem, o livro aponta, com documentação, uma incongruência entre datas e horários de depoimentos de Raul e Coelho ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) da ditadura militar. No dia seguinte à ocasião em que os dois compareceram à sede do órgão (e que Raul teve um encontro separado com os militares), Coelho foi preso e levado para um local onde sofreu tortura por duas semanas.
Embora o escritor não confirme a sugestão do livro, o biógrafo disse à Folha que Coelho "não tem a menor dúvida, hoje, após ver o documento, de que Raul o entregou".
Segundo a editora, o livro mostra a trajetória de como o garoto Raul, fã de Elvis, se transformou num ícone da cultura pop. A biografia fala sobre a vida dele na Bahia antes de mudar para o Rio no final dos anos 1960 e sobre o início do trabalho nas gravadoras cariocas, onde ele criava arranjos e produzia discos para músicos populares, bem como investiga a criação de clássicos da contracultura brasileira, como Maluco Beleza e Sociedade Alternativa, o alcoolismo e a figura que se ele tornou por conta da doença.