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Regina Casé rebate acusações de mãe do DG: “fiquei perplexa”

"Fiquei triste e perplexa acompanhando a repercussão gerada pelas palavras e acusações, muitas delas cruéis e injustas", escreveu a apresentadora

26 nov 2014 - 17h34
(atualizado em 27/11/2014 às 09h47)
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Foto: Raphael Castello / AgNews

Depois de alguns dias em silêncio, Regina Casé usou as redes sociais nesta quarta-feira (26) para se pronunciar sobre as acusações de Maria de Fátima Silva, mãe de Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como o dançarino DG, morto em abril deste ano durante ação da polícia militar na comunidade do Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro. “Pensei muito se deveria voltar a esse assunto ou não. Mas é que nos últimos dias fiquei triste e perplexa acompanhando a repercussão gerada pelas palavras e acusações, muitas delas cruéis e injustas”, escreveu.

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Na quinta-feira (20), Maria de Fátima deu um depoimento criticando a postura da apresentadora em relação ao assassinato de seu filho, além de dizer que tem provas de que ela nunca quis fazer um programa para "pobre e periferia". “A senhora Regina Casé e a produtora do programa Esquenta! limitaram o que eu devia falar. Eu só 'deveria responder o que me perguntassem' (...). Quando eu tentava falar sobre a violência da polícia, era cortada. Regina é uma farsa, uma artista, uma mentirosa."

Mãe de dançarino assassinado diz que Regina Casé é uma farsa
Mãe de dançarino assassinado diz que Regina Casé é uma farsa
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

Em um texto publicado no seu Facebook e Instagram, Regina Casé explica que decidiu quebrar o silêncio porque sempre lutou em favor da “transparência e verdade”, então sentiu necessidade de dar satisfação sobre o caso. Leia o texto na íntegra.

“Pensei muito se deveria voltar a esse assunto ou não. Mas é que nos últimos dias fiquei triste e perplexa acompanhando a repercussão gerada pelas palavras e acusações, muitas delas cruéis e injustas, de Dona Maria de Fátima, mãe do DG.

No caso da morte do DG, fizemos tudo o que achávamos correto e digno. Quando fizemos um programa de despedida, foi de coração, recebemos todos os convidados desse dia com o mesmo cuidado de sempre. Talvez a única diferença tenha sido que a gente deu ainda mais atenção para Dona Maria de Fátima e sua família. Estávamos unidos no mesmo sentimento, pois a dor dela é a dor de muitas mães que convivem com a violência.

A minha história sempre foi de luta contra o preconceito, a desigualdade e as injustiças sociais, mas ela sempre foi também de respeito à transparência e à verdade. Por isso precisava dar essa satisfação a tanta gente (fãs, amigos e familiares) que tem estado ao meu lado o tempo todo.

Obrigada por todo carinho. Este apoio tem me incentivado muito. Não vamos desanimar, mesmo quando for preciso lidar com situações tão difíceis como esta.”

Entenda o caso

Maria de Fátima participou da Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça (SERNEGRA), evento promovido pelo Grupo de Estudos Culturais em Gênero, Raça e Classe do Instituto Federal de Brasília (IFB) em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Questionada pela plateia sobre a maneira com que a imprensa tratou o caso de seu filho, criticou publicamente, a apresentadora global - que, dias depois do assassinato, organizou um programa de homenagem a DG. 

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De acordo com Maria de Fátima, ela e toda a família foram levados de van, às 5h30, até o Projac. Ao chegar ao local, todos foram trancados em um cômodo pequeno com "uma comida horrorosa" (chamada por ela de "feno") e avisados que só poderiam sair dali no horário do programa. “Praticamente me arrancaram da minha casa e me levaram para a TV. A senhora Regina Casé e a produtora do programa Esquenta! limitaram o que eu devia falar. Eu só 'deveria responder o que me perguntassem' (...). Quando eu tentava falar sobre a violência da polícia, era cortada. Regina é uma farsa, uma artista, uma mentirosa."

A única coisa que a ofereceram, ainda segundo seu depoimento, foi o auxílio de uma profissional para pintar as unhas e arrumar os cabelos. "Eu estava há 80 horas sem dormir. Lá ia querer saber de unha e cabelo? Só queria esclarecer a morte do meu filho", disse. 

Em seguida, contou que teve acesso a uma agenda da produção do programa em que encontrou um esboço do roteiro da gravação. "Não pode falar que foi a polícia" e "Solta fotos sensacionalistas para a mãe chorar" eram alguns dos tópicos escritos. Além disso, Regina teria escrito em outra página que "nunca foi sua vontade fazer programa para pobre e periferia".  "Já está nas redes sociais do meu filho. Tenho cópias. Posso provar na cara daquela cretina", afirmou, alegando que, depois do programa, nunca mais teve contato com a apresentadora. 

Fonte: Terra
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