Rejeitada para ser rainha, infanta Elena vive na solidão e enfrenta etarismo
Nobre da Espanha sempre foi julgada pela falta de beleza e paga o preço por não se dar bem com quase ninguém da família
Elena nasceu com a possibilidade de ser rainha, mas seu pai não permitiu. A primogênita do rei Juan Carlos acabou prejudicada pelo Artigo 57 da Constituição da Espanha, onde está indicada a preferência do descendente do sexo masculino na linha sucessória.
O monarca poderia ter usado sua força política para mudar a regra misógina, como aconteceu na monarquia britânica, mas preferiu se omitir e manter a desvantagem às mulheres.
Assim, Elena permaneceu com o título de infanta, concedido à filha que não é herdeira direta do trono. O caçula, príncipe Felipe, nascido após a irmã do meio, infanta Cristina, sucedeu a Juan Carlos quando ele abdicou em 2014.
Ser impedida de um dia reinar não foi a única desilusão na trajetória de Elena. Para agradar ao pai, casou-se com o aristocrata Jaime de Marichalar. A falta de amor resultou em uma união fria. Após ter dois filhos, ela decidiu se separar, porém, o rei a impediu. Aguentou pouco mais de uma década até que finalmente conseguiu autorização para o divórcio.
Está mergulhada na solidão há 17 anos. Ocupa um apartamento no centro de Madrid, de onde pouco sai e raramente recebe visitas. Não teve outro namorado e os filhos preferiram viver longe dela. Chegou aos 60 anos sem perspectivas. “Elena vive sozinha e amargurada”, diz matéria da revista ‘Flash’. “Foi incapaz de refazer a sua vida.”
A infanta não se dá bem com o irmão e a cunhada, rainha Letizia. A irmã Cristina vive na Suíça. A relação com a mãe, rainha emérita Sofia, é distante. O pai, rei emérito Juan Carlos, se autoexilou nos Emirados Árabes após sucessivos escândalos sexuais e financeiros. Elena conta apenas com a atenção de algumas amigas.
Desde a adolescência, a infanta mais velha convive com outro sofrimento: a falta de beleza clássica. A imprensa destacou uma frase cruel que teria sido dita por sua mãe: “Ser feia não ajuda”. Recentemente, ela foi chamada de “acabada” em jornais e revistas. O carisma e o sorriso generoso a salvam da ditadura estética e a mantém nos braços dos súditos espanhóis.