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Salário de R$ 200 mil e mágoa da Globo: o fim de vida do autor de ‘Vale Tudo’

Gilberto Braga morreu sem realizar alguns projetos e abalado por rejeição a uma novela que enfureceu conservadores

20 mar 2025 - 09h31
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Dos três autores de ‘Vale Tudo’, apenas um está vivo: Aguinaldo Silva, com 81 anos. Leonor Bassères morreu aos 77 em 2004. Gilberto Braga partiu com 75 em 2021. 

Foi dele a ideia original da novela de 1988, a partir do exemplo de um tio delegado que era zombado na família por ter orgulho de ser honesto. 

O parente acabou personificado na protagonista Raquel (Regina Duarte), que perde tudo e recomeça do zero por culpa da filha gananciosa e mau caráter, Maria de Fátima (Gloria Pires). 

A ideia foi mostrar o brasileiro imune ao ‘jeitinho’ de se dar bem na vida e também o cidadão disposto a passar por cima de tudo e todos para subir na vida. 

De classe média, Braga trabalhou como professor de francês antes de se tornar dramaturgo na TV. Especializou-se em retratar as delícias e os horrores do mundo dos ricos. 

Soube como poucos fazer crítica social contra políticos, a passividade do povo e os mais diversos preconceitos. Quase sempre com dose saborosa de humor ácido. 

Os últimos seis anos de vida do genial autor foram longe da televisão. Sua derradeira novela, ‘Babilônia’, de 2015, foi um fenômeno de rejeição. 

Atacada pelos conservadores desde o 1º capítulo, quando Fernanda Montenegro (Teresa) e Nathália Timberg (Stella) deram um beijo na boca. 

Gilberto chegou a escrever os capítulos de um folhetim para as 18h, ‘Feira das Vaidades’, porém, o projeto nunca entrou em produção. 

Frustrou-se também ao tentar emplacar uma minissérie sobre Tom Jobim e outra em homenagem a Elis Regina. Nada saiu do papel. 

O autor morreu magoado, dizem amigos. Deixou a vida sem se recuperar completamente do baque emocional provocado por ‘Babilônia’. 

Queria suplantar o fracasso ocasional (a novela teve média de 25.4 pontos ante os 32.7 da antecessora ‘Império’) fazendo as pazes com o público. A Globo não permitiu. 

Ao morrer, Gilberto Braga recebia salário de R$ 200 mil. Nos períodos com novela ou série no ar, o valor até triplicava devido às ações de merchandising. 

Criador de importantes personagens LGBT+, a exemplo do jovem Inácio (Dennis Carvalho) de ‘Brilhante’ e do casal lésbico Cecília (Lala Deheinzelin) e Laís (Cristina Prochaska) de ‘Vale Tudo’, o dramaturgo era gay declarado. Viveu 48 anos com o decorador Edgar Moura Brasil. 

A nova versão de ‘Vale Tudo’ estreia no dia 31 de março com texto atualizado por Manuela Dias e equipe. Espera-se que a obra-prima criada por Gilberto, Leonor e Aguinaldo seja honrada nessa homenagem que integra as comemorações dos 60 anos da Globo. 

Gilberto Braga criou a novela inspirado em um parente orgulhoso de ser honesto
Gilberto Braga criou a novela inspirado em um parente orgulhoso de ser honesto
Foto: Reprodução
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