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Sem medo do cancelamento: 10 declarações polêmicas de Silvio Santos 

Apresentador bancava convicções baseadas em sua educação, no judaísmo e na visão conservadora sobre o mundo

17 ago 2024 - 14h01
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Uma das maiores qualidades de Silvio Santos era o destemor. Nunca se censurou com medo de desagradar. Ignorava a cultura do cancelamento. 

Protagonizou momentos constrangedores com frases inadequadas, às vezes, com visão estereotipada e até preconceituosa, mas sempre bancou o que dizia.

Silvio Santos ignorava o politicamente correto ao falar sobre os mais variados assuntos
Silvio Santos ignorava o politicamente correto ao falar sobre os mais variados assuntos
Foto: Reprodução

A coluna selecionou dez declarações controversas. 

“O brasileiro é um povo humilde. A televisão é sua única diversão. Esse povo não quer ligar a televisão para ter aula ou ter cultura. Isso quem tem de dar para ele são as autoridades competentes, por meio da escola.” (‘Veja’, 2000) 

“Estou há quarenta anos trabalhando para essa classe C com o Baú. É uma classe espetacular. É humilde, correta. Pobre é o melhor pagador do mundo. A classe média, às vezes, não paga porque sabe que se a coisa for para a Justiça pode demorar até dez anos.” (‘Veja’, 2000) 

“Desde quando estudei a História da Civilização, li que o povo precisa de pão e circo. Durante todos esses anos, desde quando eu era camelô, dei circo ao povo para ganhar o meu pão. E, desde os 14 anos, sempre tive muito mais pão do que precisei.” (SBT, 1988) 

“Os intelectuais não me compreendem. Querem que eu toque música clássica. Mas eu não gosto. Não adianta insistir. Meus programas são populares e eu me identifico com o povo. Não posso esquecer minhas origens de camelô.” (‘Estadão’, 1983) 

“Eu chego aqui, paro no meu camarim, faço meus programas um dia sim, um dia não, e vou embora. E vou embora cansado, porque são duzentas pessoas que ficam no meu ouvido o tempo todo e, quando eu saio daquele auditório e entro no meu carro, sinto aquele silêncio que me acalma e me dá prazer.” (SBT, 2011) 

“Não vendo horário religioso. É contra o meu princípio. Judeu não deve alugar a televisão para os outros. Você não sabe que os judeus perderam tudo quando deixaram outras religiões entrarem em Israel?... É por isso que não deixo nenhuma religião entrar no SBT.” (‘Folha de S. Paulo’, 2013) 

“Jornalista que quiser trabalhar comigo não vai ser investigador. Quem tem que investigar é a polícia. Jornalista aprendeu na faculdade a ser idealista, a escrever o que deseja? Então compre uma estação de televisão! Na minha, não! Na minha estação de televisão, enquanto eu viver, jornalista vai procurar as qualidades do ser humano.” (SBT, 1988) 

“Se me acordarem amanhã e disserem: ‘Silvio Santos, o regime agora é comunista’. O que é para fazer? Plantar cana? Então vou ser o melhor plantador de cana. Vou doutrinar, vou ser chefe do partido, não pelo dinheiro, não pelo poder, mas pela satisfação de fazer o melhor de mim.” (SBT, 1988) 

“Não quero saber dos outros. Cada um leva a vida que quer. Como eu digo, quer beber, ser homossexual, fumar maconha, cheirar cocaína, não atrapalha a minha vida. Não me enche o saco.” (‘Jornal do Brasil’, 1988) 

“Temos de dar ao povo o que o povo quer. Se for samba, será samba. Se for mulher com pouca roupa, será mulher com pouca roupa.” (‘Veja’, 2000) 

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