Série sobre julgamento de O.J. Simpson alimentou fascínio por crimes com famosos
Morte do atleta famoso acusado da morte da ex-mulher e de um amigo dela encerra sangrenta novela da vida real
A morte do ex-jogador de futebol americano O. J. Simpson, aos 76 anos, em decorrência de câncer, é o capítulo final de uma trama verídica que fez história na televisão.
Exibida originalmente entre fevereiro e abril de 2016 no canal FX, a série ‘O Povo contra O. J. Simpson’, primeira temporada do ‘American Crime Story’, mostrou detalhes do duplo homicídio que chocou os Estados Unidos e repercutiu nos quatro cantos do planeta em 1994.
Acusado de matar a facadas a ex-mulher, Nicole Brown, e um amigo dela, Ronald Goldman, o atleta veterano protagonizou um julgamento midiático que durou 372 dias. Para surpresa geral, o veredito foi "not guilty", ou seja, ele acabou inocentado. A série faz o telespectador se sentir dentro da sala de julgamento.
Havia elementos especialmente instigantes ao público: a desgraça de um ídolo negro, um casamento inter-racial, a suspeita de motivação passional, a revelação de minúcias da vida conjugal, as manobras mentais para manipular os jurados.
O fenômeno de popularidade na TV gerou uma onda de produções do gênero ‘true crime’ envolvendo celebridades vítimas ou autoras de delitos graves e anônimos que ficaram famosos após a morte por aparecer nas páginas policiais. Esse interesse se mantém vivo até hoje.
‘O Povo contra O. J. Simpson’ venceu 9 Emmys (o principal prêmio da TV norte-americana) e 2 Globos de Ouro. Ganhou status de antológica. A atriz Sarah Paulson foi aclamada no papel da promotora chefe do caso, Marcia Clark. No Brasil, a produção está disponível na plataforma Star+.