Silvio se arrepende de ter mentido por anos para manter fãs
Apresentador se viu obrigado a esconder detalhes da vida privada a fim de sustentar a fama e a audiência na TV
Muito se sabe a respeito de Silvio Santos, porém, pouco se conhece sobre o pensamento de Senor Abravanel, o homem atrás de um dos maiores mitos da televisão brasileira.
O apresentador, de 91 anos, não gosta de conceder entrevistas. Faz questão de blindar a maior parte de sua intimidade. Dessa maneira, ele se preserva e, ao mesmo tempo, alimenta a curiosidade de todos.
Em fevereiro de 1988, em raro desabafo feito diante das câmeras do SBT, Silvio confessou um de seus maiores arrependimentos. Ele sustentou uma mentira ao longo de muitos anos.
“Quando eu lembro da minha mulher que morreu e eu dizia que era solteiro, que eu escondia as minhas filhas para poder ser o galã, para poder ser o herói, eu, quando falo com a minha consciência, acho que são das coisas imperdoáveis que eu fiz diante da minha imaturidade.”
O ex-camelô estreou na TV em 1960, na TV Paulista, depois comprada por Roberto Marinho para se tornar a TV Globo em São Paulo. A fim de formar um fã-clube numeroso e, assim, garantir audiência de seu programa, ele fingia ser solteiro.
Silvio era considerado um galã. Fazia do carisma sua arma de sedução. As ‘colegas de auditório’ se derretiam por ele e comprava os produtos que lançava, como o carnê do Baú da Felicidade.
Em 1962, ele se casou em segredo com Maria Aparecida Vieira. Tiveram uma filha biológica, Cinthia, hoje com 58 anos, e adotaram Sílvia, 50.
Revistas populares da época, como ‘Veja’ e ‘Amiga’, tentavam descobrir detalhes da intimidade do comunicador. Ele se esquivava. Numa época sem redes sociais nem paparazzi, as celebridades conseguiam resguardar a vida amorosa.
Certa vez, ao ser perguntado sobre qual a maior tristeza e a maior alegria de sua vida, Silvio não titubeou. “Minha maior tristeza foi a morte de minha esposa chamada Cida, aos 39 anos, de câncer no estômago. A maior alegria foi ter conhecido a minha esposa Íris.”
Maria Aparecida morreu em abril de 1977, quando já estava separada do apresentador. Ele se casou pela segunda vez no ano seguinte. Com Íris, se tornou pai de outras quatro filhas: Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata.
Assim como o ‘Homem do Baú’, também chamado de ‘Homem-Sorriso’, muitos famosos do passado se viram obrigados a esconder mulher e filhos para não decepcionar as admiradoras que sonhavam namorá-los. Eram tempos de ilusão que não voltam mais.