Suzana Pires chora ao raspar a cabeça para viver protagonista de filme: 'Não é um lugar fácil'
Segundo a atriz, raspar a cabeça foi uma decisão dela para tentar chegar o mais perto possível do estado emocional da personagem
Suzana Pires foi às lágrimas ao raspar a cabeça para viver a protagonista do filme Câncer com Ascendente em Virgem, que está sendo gravado no Rio de Janeiro. Segundo a atriz, raspar a cabeça de verdade foi uma decisão dela para tentar chegar o mais perto possível do estado emocional enfrentado pela personagem.
"Tive um completo desprendimento de vaidade. E é como se eu estivesse em carne viva emocional. Não é um lugar fácil de chegar, de me deixar atravessar. Só estou conseguindo por causa do acolhimento da equipe, formada, em maioria, por mulheres. Não só acolhimento pessoal, como de produção", contou em entrevista ao jornal O Globo.
"Saí da minha casa, estou hospedada em um hotel, há todo um cuidado estrutural e emocional para que a personagem tenha esse grau de mergulho. E não estamos nos poupando. Este é um projeto que, desde o início, pedia muito envolvimento. E pude estar desde o começo, ao escrever o roteiro. O filme parte da história da Clélia, mas vira a história de todas nós, mulheres", acrescentou a atriz.
Dirigido por Rosane Svartmann, o filme Câncer com Ascendente em Virgem é baseado na história da produtora Clélia Bessa, que foi diagnosticada com câncer de mama e, durante o tratamento, em 2018, lançou o blog Estou com câncer, e daí?, em que compartilhava com os leitores as suas experiências de forma bem-humorada. O longa está previsto para ser lançado em 2024.
Suzana também contou que, durante o processo do roteiro, passava por uma experiência real com o pai dela, que foi diagnosticado com câncer de pulmão.
"Não é uma doença distante de mim, ela está na minha vida há muitos anos. Quando se tem um diagnóstico desse na família, a morte vira um assunto. Você pode nem falar, mas ela passa a ser presente. E esse tema é algo que a sociedade ocidental não coloca em discussão, há um tabu. A gente foi entendendo no roteiro como, a partir do diagnóstico, se vive com essa bomba relógio dentro de si. O momento de tratar a coisa com humor e as horas em que não há humor algum", comentou.