Tralli estreou em TV a mando de Silvio Santos e morou em kitnet no início na Globo
Apresentador lidera as apostas para suceder a Bonner no ‘Jornal Nacional’ após mais uma temporada na bancada
Desde o início de setembro, César Tralli cobre as férias de William Bonner no ‘JN’. O âncora do ‘Jornal Hoje’ e do ‘Edição das 18h’ é visto como o número 1 na fila para se tornar titular do telejornal das 20h30.
Por enquanto, não há nada oficial sobre a saída de Bonner. Apenas boatos de que poderia se aposentar logo após as comemorações dos 60 anos da Globo, no próximo ano.
A recente temporada de Tralli no estúdio do Jardim Botânico reforça sua boa avaliação entre os telespectadores. Ele recebe incontáveis elogios diariamente nas redes sociais.
Um de seus êxitos é cultivar uma imagem neutra no meio da radicalização política no país. Jamais foi tão atacado pela esquerda e a direita como aconteceu com Bonner, alvo de massacre digital e hostilização em público.
Tralli se destaca pela alma de repórter. Vai atrás da notícia. Especialmente na GloboNews, ‘esquenta’ o telejornal ao vivo com informações recebidas em tempo real de suas fontes da política e na polícia.
A trajetória do jornalista na TV começou de maneira inusitada. No início da década de 1990, um de seus ouvintes fiéis na rádio Jovem Pan era Silvio Santos. “Ele me ouvia da casa dele até o SBT, todo dia, duas horas de manhã e duas horas à tarde”, contou o apresentador no ‘Conversa com Bial’.
"Um dia, tocou o telefone na redação da rádio. ‘Olha, é o Silvio Santos para você’”, relembrou. “Quem estava do outro lado (da linha), falava igualzinho a ele. E estava me convidando para ir lá (no SBT), que eles queriam me contratar. Se era ele, não sei, mas que fui pra lá trabalhar, eu fui”, contou, rindo.
Assim, César Tralli estreou diante das câmeras. Fez parte da equipe da primeira versão do ‘Aqui Agora’. Um ano depois, se transferiu para a Record. Em 1993, entrou para o jornalismo da Globo. Morava longe, pegava seis ônibus para ir e voltar até a emissora. Até que, ganhando melhor, alugou uma kitnet no centro de São Paulo, a poucos quarteirões do canal.
Da reportagem de rua, se tornou correspondente em Londres, onde morou por cinco anos. Fez grandes coberturas, como a do conflito entre Israel e o grupo libanês Hezbollah, e a da morte da princesa Diana. No retorno ao Brasil, dedicou-se ao jornalismo investigativo.
Em 2001, desembarcou em Nova York dois dias após os ataques terroristas às Torres Gêmeas para reforçar o time de repórteres. Dez anos depois, assumiu a bancada do ‘SPTV’, telejornal exibido na Grande São Paulo.
Passada outra década, recebeu a missão de comandar o ‘Hoje’ e o ‘Edição das 18h’, elevando os índices de audiência. Tralli faz parte do rodízio de apresentadores do 'Jornal Nacional' desde janeiro de 2018.