Verdades que você precisa saber sobre o ‘tororó’ de Anitta
Região íntima da cantora gera manchetes toda hora e estimula a abordagem de questões interessantes
Eleições tensas no Brasil, guerra sem fim na Ucrânia, crise climática ‘torrando’ a Europa, China nervosa com Taiwan, extrema direita se fortalecendo de novo nos Estados Unidos... e este blog vai abordar o ‘tororó’ de Anitta?
Sim, estimado leitor. Acha o cúmulo da futilidade? Não é. Precisamos ir fundo nesse tema.
A princípio, a insistência da cantora em citar sua zona anal parece mera superexposição da intimidade.
Ao deixar de lado a visão jocosa, surge um assunto relevante pouco discutido na imprensa e no dia a dia das pessoas.
Tatuagem — A novela do ‘tororó’ começou quando Anitta revelou ter feito uma tattoo bem ali. Houve tsunami de críticas. Foi chamada de vulgar e exibicionista. O velho machismo.
Na verdade, a palavra ‘love’ (amor, em inglês) foi gravada meio centímetro acima. Ufa! Acredite: 0,5 cm faz diferença. Ah, outra informação: Anitta não ficou sem calcinha durante o procedimento. Usou um fio dental.
Pensa que somente a funkeira ousou tanto? Outras famosas também se tatuaram naquela região. Entre elas, a musa fitness Gracyanne Barbosa, a ex-paquita Cátia Paganote, a modelo Amanda Souza e a ex-Miss Bumbum Suzy Cortez.
Muitos anônimos (homens, mulheres e não-binários) possuem ‘tatuagem secreta’ no pênis, na vagina e no ânus. É bem mais comum do que se imagina.
Ao falar abertamente do tema e suscitar discussão pública, Anitta ajuda a quebrar o tabu. Se tem vontade de fazer, por que não?
Prazer ‘proibido’ — Historicamente, faz pouco tempo que as mulheres passaram a admitir que gostam de sexo anal. Antes, era uma prática associada e ‘permitida’ apenas a prostitutas e gays.
Para aplicar linguagem novelesca, ‘uma mulher direita’ jamais poderia usar o ânus para sentir e proporcionar prazer. Algumas famosas contribuíram para derrubar esse estigma.
Quem não lembra do espanto nacional quando Sandy deu uma declaração sincera a respeito à revista ‘Playboy’ em 2011? “É possível ter prazer anal. Sim, porque é fisiológico”, disse a artista.
Cheia de terminações nervosas e farta irrigação sanguínea, aquela área é extremamente sensível. Pode produzir sensações intensas quando estimulada externa e internamente.
Mais explícita ao verbalizar sobre o próprio ‘tororó’ e o dos outros, Anitta deu dicas para a mulher perder o medo da prática e aumentar a chance de sentir prazer.
“Em primeiro lugar, o que faço é limpar muito bem. Primeiro temos que fazer uma chuca (lavagem do reto). Nos certificarmos de que estamos livres de riscos, sem perigo de ‘passar cheque’ (expelir fezes durante o ato). E também sempre uso um lubrificante, porque quando o amiguinho entrar, você fica sempre molhada”, contou.
Mais didática, impossível.
Saúde — A mais recente repercussão envolvendo o ‘tororó’ de Anitta aconteceu ao fazer um exame chamado biofeeback. Um equipamento introduzido no ânus gera imagens em um monitor.
A funkeira fez graça do procedimento. “Colocaram um negócio lá no meu polêmico”, debochou. “Estou jogando videogame com o c*”
O paciente passa por um treinamento esfincteriano para melhor contrair e relaxar a região, e aumentar o controle da musculatura.
Mulheres com endometriose, como Anitta, podem desenvolver problemas no assoalho pélvico e um relaxamento inadequado da área anal.
A situação vivida pela cantora virou manchete e espalhou informações importantes sobre a saúde do ânus e do reto, tema pouco explorado em pautas na mídia.
De um jeito descontraído, Anitta faz as pessoas pensarem a respeito da saúde do ‘tororó’, uma parte do corpo muitas vezes negligenciada até no check-up.
Por vergonha, preconceito ou desconhecimento, milhões de brasileiros nunca foram ao proctologista, médico responsável pela prevenção e o diagnóstico de doenças do cólon, reto e ânus.
O famoso ‘tororó’ de Anitta, quem diria, está a serviço do bem-estar coletivo.