Vilma Nascimento, porta-bandeira da Portela, afirma ter sofrido abordagem racista em aeroporto
Vilma voltava de uma homenagem do Dia da Consciência Negra quando foi intimada a tirar todos os pertences da bolsa; 'Nunca imaginei passar por isso na vida', contou. Outro lado: loja pediu desculpas e afirma que afastou profissional
Vilma Nascimento, histórica porta-bandeira da escola de samba Portela, contou que foi vítima de racismo na loja Dufry Brasil, no aeroporto de Brasília. O fato se deu um dia após a baluarte ser homenageada, na capital do País, no Dia da Consciência Negra. A loja já se pronunciou e pediu desculpas, afirmando que afastou a profissional que abordou Vilma.
Nascimento, de 85 anos, detalhou o que aconteceu no Encontro desta sexta-feira, 24. Ela estava acompanhada de sua filha, Daniele. "Quando nós chegamos no aeroporto, Daniele quis comprar uma lembrança para o filho dela e para o marido. Ela ficou olhando o presente, fiquei vendo os perfumes. Sou considerada, no mundo do samba, a cheirosa", brincou.
Segundo a apresentadora do Encontro, Patrícia Poeta, a polícia abriu um inquérito para investigar o ocorrido. Caso seja comprovada a discriminação racial, os autores terão de pagar 1 ou 2 anos de prisão. Daniele também ressaltou que uma ocorrência sobre o caso foi aberta na Câmara dos Deputados.
Loja pediu desculpas e disse que abordagem 'não reflete valores' da empresa
A Dufry divulgou um comunicado na última quinta-feira, 23. Na nota, a empresa pede desculpas públicas "pelo lamentável incidente ocorrido na loja do aeroporto de Brasília" e afirma, ainda, que "a abordagem feita pela fiscal de segurança da loja está absolutamente fora do padrão" do grupo.
"Em razão da falha nos procedimentos, a profissional foi afastada de suas funções. Este tipo de abordagem não reflete as políticas e valores da empresa", ressaltou a nota. "A Dufry está reforçando todos os seus procedimentos internos e treinamentos, em linha com as suas políticas, para impedir que situações assim se repitam".