Xingadas, canceladas e banidas: famosas pagam preço alto por militar pela direita
Jojo Todynho, Regina Duarte e Cássia Kis são os exemplos mais evidentes da rejeição a artistas conservadores
“Da onde que vocês tiraram isso que pobre negro favelado tem de ser de esquerda?”, questionou Jojo Todynho no Ella Pod. “Eu tenho liberdade. Se as pessoas tiram foto com a Janja, por que eu não posso tirar com a Michelle (Bolsonaro)?”
Desde que assumiu posicionamento ideológico, a influenciadora sofreu alguns reveses na carreira. Segundo noticiado, ela perdeu contrato com marca de cosméticos Avon, foi desconvidada pela grife Meninos Rei a desfilar na São Paulo Fashion Week e cortada do grupo de musas do próximo desfile da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, entre outros cancelamentos. Sem perspectivas na Globo, onde chegou a fazer participação fixa, Jojo Todynho sinalizou a intenção de se lançar na política em 2026.
No Brasil, nenhum famoso passa incólume quando declara preferência política, seja à direita ou à esquerda. Logo é rotulado, por exemplo, de “comunista” ou “reacionário”. Na classe artística prevalece o ativismo progressista. Por isso, quando alguém do meio se posiciona no lado oposto, vira um alvo.
Antes de Jojo, aconteceu com Gusttavo Lima, Sérgio Reis, Mara Maravilha, Antônia Fontenelle, Netinho da Bahia, Marcelo de Carvalho, Aline Barros, Humberto Martins, Zé Neto, Davi Cardoso Jr., entre tantos outros.
Merecem destaque os casos de Regina Duarte e Cássia Kis, igualmente tratadas como párias pela maioria dos colegas com quem contracenaram em dezenas de novelas. Nas redes sociais, já receberam os mais diversos xingamentos. A chance de voltarem a trabalhar na Globo é pequena.
Apesar do ônus, ambas mantêm apoio às pautas conservadoras. Recentemente, Kis gravou vídeo para uma organização católica pedindo o endurecimento da lei contra o aborto. No Instagram, Duarte reposta mensagens defendidas pelo bolsonarismo. Na eleição municipal de São Paulo, ela comemorou a vitória de Ricardo Nunes (MDB), candidato do ex-presidente de quem foi secretária de Cultura em 2020.