Almodóvar dedica Globo de Ouro aos que lutam pela paz

Segunda, 20 de janeiro de 2003, 02h26

O cineasta espanhol Pedro Almódovar ganhou neste domingo, com Fale com Ela, o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, prêmio concedido anualmente a Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, e o dedicou aos "que lutam pela paz".

Cumpriram-se as previsões na cerimônia celebrada no hotel Beverly Hilton de Los Angeles, e Almodóvar repetiu o êxito que conseguiu há três anos com Tudo Sobre Minha Mãe, filme que conseguiu posteriormente o terceiro Oscar para o cinema espanhol.

"Dedico o prêmio a todos os que lutam pela paz e aos que não têm medo de dizê-lo", disse o diretor em seu discurso de agradecimento, no qual assegurou que o prêmio recebido hoje "é muito importante neste momento da minha vida e da minha carreira".

O cineasta explicou que pensou na dedicatória pacifista a partir de um "pequeno detalhe" do hotel onde se hospeda em Los Angeles, em cujas portas tem pendurado um cartão por fora no qual, ao invés do tradicional "Não incomodem", se pode ler "Paz".

Almodóvar agradeceu ao público dos EUA "pela falta de preconceitos com a que acolheu o filme", a seu irmão Agustín, produtor da fita, e aos protagonistas, Darío Grandinetti, Javier Cámara, Rosario Flores, Leonor Watling e Geraldine Chaplin.

Fale com Ela competia nesta 60 edição dos Globo de Ouro com o mexicano O Crime do Padre Amaro, o chinês Hero, o brasileiro Cidade de Deus, o alemão Nowhere in África e o francês Balzac and the Little Chinese Seamstress.

O filme já foi premiado esta semana pela Junta Nacional de Críticos em Nova York, e com o reconhecimento da Associação de Críticos de Los Angeles, que selecionaram a Almodóvar como melhor diretor do ano, acima de Steven Spielberg e Martin Scorsese.

A crítica americana continua mencionando o diretor como possível candidato ao Oscar, embora Fale com Ela não vá concorrer ao Oscar como melhor filme estrangeiro, já que a Academia espanhola de Artes e Ciências Cinematográficas elegeu Segunda-feira ao Sol, de Fernando León de Aranoa, para esta representação.

Efe