Godard optou morrer por suicídio assistido, diz jornal: 'Estava exausto'
Cineasta franco-suíço morreu aos 91 anos de idade na Suíça, onde procedimento é permitido
O cineasta Jean-Luc Godard, morto nesta terça-feira, aos 91 anos, optou pelo suicídio assistido na Suíça, onde o procedimento é permitido. De acordo com familiares, Godard "não estava doente, estava simplesmente exausto".
Familiares afirmaram ao jornal Libération que "essa foi a sua decisão, e era importante pra ele que ela fosse conhecida". Outras pessoas próximas ao cineasta também confirmaram a informação ao periódico francês.
Ícone do cinema moderno, Godard faleceu em sua casa em Rolle, às margens do lago Léman, na região de língua francesa da Suíça. O suicídio assistido é permitido no país desde 1942 e consiste em dar fim à própria vida, geralmente por meio da ingestão de medicamentos letais, com acompanhamento médico. No Brasil, o ato é considerado crime.
Sempre ativo na indústria cinematográfica até os últimos anos de vida, Godard já havia explicado que poderia recorrer ao suicídio assistido. "Se estiver doente demais, não tenho vontade
alguma de ficar sendo arrastado em um carrinho de mão", afirmou em uma entrevista em 2014.
Legado
No Twitter, o presidente da França, Emmanuel Macron, homenageou o diretor. "Jean-Luc Godard, o mais iconoclasta dos cineastas da Nouvelle Vague, inventou uma arte decididamente moderna, intensamente livre. Nós perdemos um tesouro nacional, um olhar de gênio", afirmou.
Autor de dezenas de filmes ao longo de quase sete décadas de carreira, dentre os quais como "Acossado", "O desprezo" e "O demônio das onze horas, o cineasta franco-suíço foi um dos líderes da Nouvelle Vague francesa, movimento que revolucionou o cinema.