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Rapper Eminem está no centro das atenções de um Grammy imprevisível



Segunda, 19 de fevereiro de 2001, 17h32

Perseguido pela polêmica desde o anúncio de suas quatro indicações, o irreverente rapper Eminem estará, na noite da próxima quarta-feira, no centro das atenções da 43º edição do Grammy, cujos resultados se anunciam imprevisíveis.

Na falta total de favoritos, o provocativo e talentoso cantor de rap, cujas letras são marcadas pela homofobia, misoginia e violência, está roubando toda a atenção e desatou um apaixonado debate que só acrescenta mais suspense à competição.

A primeira estrela branca do hip hop não apenas aspira levar o Grammy mais ambicionado, como também cantará em dueto com Elton John, célebre defensor dos direitos dos homossexuais, no número mais esperado da noite.

A decisão do músico britânico em se apresentar no palco ao lado do rapper foi criticada por uma coalizão de organizações homossexuais e feministas, que convocou para essa noite uma "manifestação contra o ódio" no lado de fora do Staples Center de Los Angeles, cenário da cerimônia.

Mas a emoção também vai estar dentro do prédio, principalmente quando for aberto o envolope com o nome do vencedor do gramofone dourado de Álbum do Ano, ao qual Eminem concorre com "The Marshall Mathers LP", elogiado pela crítica especializada e que vendeu mais de oito milhõe de cópias apenas nos Estados Unidos.

O ecléctico grupo finalista inclui também os experimentais Beck (Midnite Vultures) e Radiohead (Kid A), assim como os veteranos Paul Simon (You're the One) e Steely Dan (Two Against Nature).

"Eu apoio o Eminem só porque tenho curiosidade de saber quantos palavrões será capaz de botar em seu discurso de agradecimento", escreveu recentemente o crítico musical da revista US Weekly, Rob Sheffield.

O destino dos candidato já foi lançado pelos 12.000 eleitores da Academia de Artes e Cências Musicais.

Na outra categoria principal, a Gravação do Ano, Madonna (Music) e Macy Gray (I Try) aparecem como favoritas frente a 'N Sync (Bye, Bye, Bye), Destiny's Child (Say My Name) e U2 (Beautiful Day).

Como ninguém pode levar muitos prêmios, o interesse está centrado em algumas disputas curiosas, como a de melhor vocalista pop feminina, na qual as veterenas Madonna e Joni Mitchell enfrentam as duas estrelas do momento, Britney Spears e americana-equatoriana Christina Aguilera.

A versão masculina do prêmio também terá sabor latino graças a Ricky Martin (She Bangs) e Marc Anthony (You Sang to Me), que voltarão a ter como principal adversário, como no ano passado, o ex-líder do grupo britânico The Police, Sting (She Walks This Earth/Soberana Rosa).

Enrique Iglesias, Jaci Velasquez e Jennifer López, que brilhará por sua ausência, completam a representação latina nas categoria em inglês, mas os músicos dessa origem também estarão presentes nas sete categorias criadas para premiar os trabalhos em espanhol.

Aguilera (Mi Reflejo) competirá com o boxeador mexicano-americano Oscar de la Hoya (Oscar de la Hoya), o mexicano Luis Miguel (Vivo), o espanhol Alejandro Sanz (El alma al aire) e a colombiana Shakira (MTV Unplugged) pelo Grammy de melhor álbum pop latino.

Na categoria de rock, o prêmio será decidido entre o argentino Fito Páez (Abre) e os grupos espahol Café Quijano (La extraordinaria paradoja del sonido Quijano), mexicano El Tri (No podemos volar), chileno La Ley (Uno) e venezuelano Los amigos invisibles (Arepa 3000).

O músico brasileiro João Gilberto aspira continuar com a série triunfal iniciada por Milton Nascimento e Caetano Veloso na categoria World Music com João: Voz e Violão, enquanto que o diretor de orquestra argentino Daniel Barenboim tentará conquistar o quinto Grammy de sua carreira.

A cerimônia, que contará também com números com Madonna, U2, Sheryl Crowe, Macy Gray e Faith Hill, será transmitida para milhões de telespectadores de todo o mundo.

AFP

 
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