Augusto Nunes polemiza debates na 9ª Jornada 
Quinta, 30 de agosto de 2001, 15h20
Divulgação/Terra |
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Durante a mesa-redonda "A formação da opinião: jornalismo tradicional versus jornalismo eletrônico", o vice-presidente editorial do Jornal do Brasil, Augusto Nunes, polemizou ao tecer comentários sobre sua demissão da Revista Época, há três semanas. Nunes também criticou os princÃpios éticos de alguns jornalistas e meios de comunicação. Esclareceu ao público, mais de quatro mil pessoas, as razões que o levaram a sair da Revista Época. De acordo com ele, a capa da semana do dia 6 de agosto, "A eternidade de um criador", sobre Jorge Amado, foi o fator máximo de seu desligamento da revista. A diretoria da revista queria uma capa sobre o acidente de Paulo Diniz, ocorrido na noite de 27 de julho. Nunes afirma que um meio de comunicação não substitui outro, citando o exemplo do cinema, que não matou o teatro. Nunes diz que, assim como outras formas de expressão artÃstica, os veÃculos de comunicação convivem harmoniosamente entre si. Dessa forma, o jornalista não vê antagonismos entre a Internet e a mÃdia impressa. O autor de Minha razão de viver – Memórias de Samuel Wainer, posicionou-se criticamente ao falar sobre a imprensa brasileira, esclarecendo algumas falhas encontradas nela, como sua desvinculação da vida real. Afirmou ainda que a imprensa se esquece rapidamente das notÃcias veiculadas, deixando de lado a contextualização dos problemas sociais. Disse também que ela deve procurar os porquês, interpretar e analisar as deficiências da sociedade para melhor informar seu público. Ao comentar sobre a Internet, Augusto Nunes foi claro ao expressar que a mesma enriqueceu o vocabulário e favoreceu a comunicação dos jovens. Segundo Nunes, a Internet é um instrumento poderoso, porém suas falhas devem ser analisadas. Nunes classificou o noticiário online como leviano, e salientou que estas deficiências precisam ser solucionadas. O jornalista revelou seu desejo de publicar uma obra sobre os bastidores do jornalismo, afirmando que os principais livros-reportagem que tratam deste assunto são NotÃcias do Planalto, de Mário Sérgio Conty, Chatô, o rei do Brasil, de Fernando Morais, e Minha razão de viver – Memórias de Samuel Wainer, do próprio Nunes. Finalizou sua conversa salientando a incompetência de alguns meios de comunicação, taxando-os de cegos e incompetentes por não veicularem informações tão importantes como a Jornada Nacional de Literatura, que, segundo ele, é um dos acontecimentos literários mais importantes do mundo. Leia mais: » Convidados acreditam que jornalismo online não ameaça o impresso » Bourdoukan relaciona jornalismo e literatura
Redação Terra
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